
Índice de Inclusão Financeira Aumentou para 22% em 2019
Moçambique tem estado a observar melhorias nos níveis de inclusão financeira. Segundo os resultados da 3ª Edição do Relatório do Inquérito aos Consumidores de Serviços Financeiros – FinScope 2019, elaborado pelo Banco de Moçambique e o Financial Sector Deepening Moçambique (FSDMOÇ), o país registou uma redução de 14 pontos percentuais (pp) nos níveis de exclusão financeira, saindo de 60% em 2014 para 46% em 2019, esta redução representa cerca de 2,3 milhões de adultos que foram trazidos para o seio da inclusão financeira. Os níveis de exclusão financeira nas zonas rurais e em mulheres adultas também registaram um declínio, tendo reduzido em 9 e 14 pontos percentuais, respectivamente. A exclusão financeira é mais acentuada nas províncias de Nampula e Zambézia ( 4 em cada 5 adultos ), zonas rurais (4 em cada 5), jovens (3 em cada 5) e nos indivíduos com auto-emprego ou aqueles envolvidos em actividades agrícolas.
Segundo o relatório, os níveis de inclusão financeira no país aumentaram de 4% em 2014 para 22% em 2019, principalmente devido ao papel desempenhado pela banca móvel e seguros. O uso da banca móvel registou um crescimento surpreendente nos últimos cinco anos, tendo passado de 3% em 2014 para 29% em 2019, o que significa que, actulmente, um em cada quatro adultos faz uso do mobile money. Este serviço tem funcionando com um catalisador do processo de inclusão financeira no país, servindo de alternativa na satisfação de certas necessidades dos usuários, não constituindo, no entanto, um substituto perfeito das contas bancárias. Os mecanismos ou produtos financeiros informais também têm desempenhado um papel de relevo no crescimento dos níveis de inclusão financeira no país, sendo que, actualmente, uma em três necessidades financeiras dos adultos são satisfeitas com recurso ao sector informal.
Não obstante o aumento registado nos níveis de inclusão financeira, maior parte da população moçambicana continua sem acesso à uma conta bancária. Segundo o mesmo relatório, a proporção de adultos com acesso à conta bancária registou um aumento de apenas um ponto percentual, saindo de 20% em 2014 para 21% em 2019, com Maputo apresentando a maior proporção de adultos bancarizados. De salientar que, o aumento na bancarização da economia é um dos objectivos da Estratégia Nacional de Inclusão Financeira 2016-2022, que define como metas a serem atingidas até 2022: (i) 60% da população adulta tenha acesso físico ou electrónico a serviços financeiros oferecidos por uma instituição financeira forma; (ii) 100% dos distritos tenha pelos menos um ponto de acesso aos serviços financeiros formais, e; (iii) 75% da população passe a ter um ponto de acesso aos serviços financeiros a menos de 5 km do local de residência ou trabalho.

















