
Indústria de viagens mostra sinais de recuperação
A pandemia da Covid-19 foi descrita como a maior crise de todos os tempos para a indústria de viagens. Nos últimos 18 meses, a indústria de viagens foi fechada durante sucessivos bloqueios no âmbito das medidas de contenção da propagação do coronavírus, abrindo-se brevemente antes que o aumento das taxas de infecção forçasse as autoridades a fechar fronteiras novamente.
A crise tem sido sentida de forma desigual em todo o mundo. No entanto, já são notáveis, em quase todo mundo, sinais de recuperação da indústria, com o alívio dos bloqueios e retoma dos voos à medida que avança o processo de vacinação nos países.
A recuperação realmente tomou forma nos últimos meses. Segundo informações divulgadas pela Financial Times, os mercados de viagens domésticas nos EUA e na China retornaram periodicamente a níveis quase normais, enquanto um passe de viagem digital que tornou as verificações de fronteira mais suaves ajudaram a temporada de verão da Europa continental. Paralelamente, em outros lugares, regras rígidas de fronteira sufocaram as viagens para dentro e para fora do Reino Unido, enquanto em grande parte da Ásia-Pacífico não há quase nenhum turismo internacional há 18 meses.
De acordo com o rastreador de recuperação da Organização Mundial do Turismo da ONU (UNWTO, em inglês), as reservas aéreas e o “Sentimento” de viagem – medida que reflecte o estado e a dinâmica das viagens e do turismo como tema nas conversas sociais globais “em geral” – registaram um crescimento mensal de 27% e 638% em outubro, respectivamente. Outrossim, os números de chegadas turísticas internacionais prologaram a tendência de crescimento iniciada em março, tendo registado um crescimento de 78% em Julho.
Para uma indústria que perdeu mais de US$ 6 biliões na pandemia, de acordo com o World Travel & Tourism Council, o retorno aos níveis de desempenho pré-pandemia precisará de mais tempo. Com efeito, de acordo com dados da UNWTO, as reservas aéreas entre janeiro e outubro de 2021 diminuíram 86% em relação ao mesmo período de 2019, enquanto em julho as chegadas internacionais foram apenas um terço do que haviam sido no mesmo mês de 2019. Quase metade dos executivos de viagens pesquisados em junho avançou que a indústria não se recuperaria aos níveis pré-pandemia até 2024,
Embora as perspectivas apontem para uma recuperação lenta da indústria, os progressos com a vacinação e a evolução dos bloqueios podem contribuir para antecipação do referido cenário. Por exemplo, um grande passo foi dado esta segunda-feira com a reabertura das rotas aéreas transatlânticas – consideradas as mais lucrativas do mundo para passageiros vacinados, rendendo US$ 9 mil milhões por ano para as transportadoras dos EUA e do Reino Unido – para passageiros vacinados reabriram entre os EUA e 33 países, incluindo o Reino Unido e a maior parte da Europa, após 18 meses de interrupção. Um grande passo para a indústria global de viagens.