
A inflação em Moçambique registou um aumento significativo em Janeiro de 2025, situando-se em 4,69% em termos homólogos, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O aumento mensal dos preços foi de 1,45%, sendo que a Província de Inhambane (3,04%) e a Cidade de Xai-Xai (2,13%) apresentaram as taxas mais elevadas no período. A média dos últimos 12 meses fixou-se em 3,25%, confirmando uma trajectória de aceleração da inflação após meses de estabilidade relativa.
Principais factores da subida dos preços
A inflação de Janeiro foi impulsionada, sobretudo, pelo aumento dos preços da alimentação e bebidas não alcoólicas, que contribuíram com 1,16 pontos percentuais (pp) para a variação mensal.
Entre os produtos que registaram maiores aumentos de preços destacam-se:
- Carapau (+10,0%)
- Tomate (+11,7%)
- Arroz em grão (+6,6%)
- Couve (+15,2%)
- Farinha de milho (+6,4%)
- Coco (+23,4%)
- Alface (+28,4%)
Por outro lado, alguns produtos registaram quedas de preços, contrariando a tendência inflacionária. Entre eles estão:
- Cerveja para consumo fora de casa (-1,7%)
- Peixe fresco (-1,9%)
- Galinha viva (-2,8%)
- Cebola (-3,2%)
- Cursos de formação profissional (-3,2%)
A combinação destes factores fez com que o aumento geral dos preços fosse menos pronunciado do que poderia ter sido, suavizando parcialmente a pressão inflacionária.
Variação por região: Inhambane e Xai-Xai com maiores aumentos
A análise regional da inflação revela que todas as cidades analisadas registaram aumentos nos preços em Janeiro.
- Inhambane foi a província com a maior variação mensal, com 3,04%.
- Xai-Xai seguiu-se com 2,13%, consolidando-se como um dos centros urbanos mais afectados pela subida de preços.
- Tete registou uma inflação de 2,09%, sendo a terceira cidade com maior aumento.
- Maputo teve um aumento de 1,50%, acima da média nacional.
- Quelimane (1,23%), Chimoio (1,20%), Nampula (0,86%) e Beira (0,85%) registaram variações abaixo da média mensal de 1,45%.
Já na comparação homóloga, os aumentos mais expressivos do nível geral de preços foram registados em:
- Xai-Xai (5,97%)
- Tete (5,80%)
- Inhambane (5,56%)
- Quelimane (4,47%)
- Maputo (4,45%)
- Nampula (4,40%)
- Chimoio (4,36%)
- Beira (4,17%)
Perspectivas para a inflação em 2025
A tendência de aumento da inflação nos primeiros meses de 2025 poderá ser influenciada por vários factores, incluindo:
- Variações nos preços dos alimentos, que continuam a ser o principal motor da inflação no país.
- Impacto da política monetária do Banco de Moçambique, que tem mantido uma postura de flexibilização, reduzindo a taxa de juro de referência para 12,75% no final de 2024.
- Câmbio do metical, que se manteve relativamente estável, mas continua sujeito a pressões externas.
- Eventos climáticos, como o fenómeno El Niño, que pode afectar a produção agrícola e aumentar os preços dos produtos alimentares.
Caso as pressões inflacionárias persistam, o Banco de Moçambique poderá reavaliar a sua política monetária para conter os aumentos de preços e garantir a estabilidade económica.
A evolução da inflação ao longo dos próximos meses será crucial para determinar as decisões de política económica e o impacto no poder de compra dos moçambicanos.
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