Isolamento das Universidades proíbe desenvolvimento, defende Lourenço Dias da Silva

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Um constrangimento incontornável para o desenvolvimento de África no mercado global é, sem dúvidas, a capacidade limitada de adoptar e dominar os avanços na tecnologia e na inovação para assim aumentar a produtividade. Moçambique não constitui nenhuma excepção, o que levanta uma preocupação em torno do papel das instituições de ensino nesse processo. 

As Instituições de Ensino Superior (IES), enquanto actores sociais institucionais, exercem um papel relevante na sociedade na qual estão inseridas. Com o direcionamento paradigmático da sociedade rumo ao desenvolvimento sustentável, cabe avaliar o posicionamento, funções e actuação das IES nesse novo contexto. Esta é uma questão que toca as IES em todo o mundo. 

Foi movido por essa problemática que surgiu a Corporate Business School (CBS) – saqociedade instituidora da Escola Superior de Gestão Corporativa e Social – a primeira instituição de ensino superior profissionalizante a operar em Moçambique, com o objectivo de dar resposta a demanda do mercado em escala global tendo em conta aquilo que é a suma das competências nas organizações assim como preencher algumas lacunas no papel das IES. A principal diferenciação que essa instituição adoptou para estar presente no mercado tem haver, fundamentalmente, com o modelo que construiu para os planos curriculares. 

Sendo uma escola de negócio nós procuramos sempre ter presente que a negociação pode conferir maior actuação nas respostas que o mercado impõe”, referiu Lourenço Dias da Silva, coordenador científico da CBS. 

Desde logo, o modelo de ensino ou de disseminação de conhecimento da CBS centra-se num modelo híbrido, ou seja, as aulas são lecionadas presencialmente e transmitidas em simultâneo através das plataformas tecnológicas, como o Webinário, o Skype e o Whatsapp, por exemplo, o que demonstra uma preocupação da instituição no quesito inovação. Aliás, é sobre esse aspecto que incide uma das críticas do coordenador científico da CBS, cujo entende que as empresas adiantaram-se muito na questão da inovação que vão surgindo de forma isolada e as universidades sem dar conta vão ficando para trás. 

Apesar de nós termos esta falta de inovação percebe-se que ainda há um comprometimento por parte das universidades em garantir que as pessoas possam ter mais conhecimento ligado ao desenvolvimento económico, empreendedorismo e gestão empresarial. Um comprometimento que caracteriza também a acção governamental que colocou a procura por garantir que cada vez mais jovens possam participar do processo de desenvolvimento económico nacional como uma das questões prioritárias.

Mas, esse é um esforço que deve ser acompanhado pela garantia da qualidade do ensino que tem sido um dos principais desafios das IES. Tendo em conta este desafio, cresce a pressão sobre a capacidade das universidades assegurarem a inclusão das pessoas no processo de valorização, ou seja, maior participação no desenvolvimento da economia nacional. Um papel que, segundo o nosso interlocutor, encontra-se enfraquecido.

As universidades isolaram-se do mercado ou o mercado isolou as universidades e, neste momento, parece-nos estranho porque vivemos em uma era do ecossistema, em que cada um de nós deve participar com algum conhecimento para dar respostas ao mercado.

No seu entendimento, o conhecimento que existe está sendo apropriado pelas empresas, pelos cidadãos, sem antes as universidades assumirem o seu papel de sistematizar esse conhecimento, de torna-lo útil ao mercado no sentido de poder ser utilizado de forma sustentável, por razões que tem haver com os seus planos curriculares que estão fixados num colete de forças que não permite uma alteração de forma pontual. 

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