
Linha de Interligação Moçambique–Malawi Conclui-se Até Dezembro
- Com 85% das obras já executadas, o projecto que ligará a rede eléctrica dos dois países deverá estar operacional até ao final de 2025, reforçando a integração energética da África Austral.
Questões-Chave:
- O projecto de interligação eléctrica Moçambique–Malawi está 85% concluído, devendo ficar operacional até Dezembro de 2025;
- A empreitada esteve suspensa por cerca de quatro meses, devido às manifestações pós-eleitorais e consequente paralisação dos trabalhos;
- O projecto prevê a construção de 337 torres no lado moçambicano, com investimento total de 154 milhões de dólares;
- Financiado pelo Banco Mundial, Banco Alemão e Banco Europeu de Investimento, o projecto permitirá adicionar 120 megawatts à rede eléctrica do Malawi;
- A ligação eléctrica é vista como um passo estratégico para a integração energética da África Austral (SAPP) e para a consolidação da posição de Moçambique como exportador de energia.
As obras de interligação eléctrica entre Moçambique e o Malawi atingiram 85 por cento de execução e deverão ser concluídas até Dezembro de 2025, anunciou Joaquim Henriques Ou-Chim, presidente do Conselho de Administração da Electricidade de Moçambique (EDM). O projecto, considerado estratégico para a integração energética regional, permitirá ao Malawi aceder à rede eléctrica da África Austral e consolidará a posição de Moçambique como fornecedor de energia na região.
A interligação Moçambique–Malawi faz parte do esforço conjunto para promover o comércio regional de electricidade no âmbito do Southern African Power Pool (SAPP). O projecto, orçado em 154 milhões de dólares norte-americanos, é co-financiado pelo Banco Mundial, Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW) e Banco Europeu de Investimento (BEI).
Do lado moçambicano, a obra compreende 337 torres de transporte de energia, abrangendo fundações, lançamento de cabos e montagem de condutores. O coordenador do projecto, João Catine, explicou que os trabalhos haviam sido interrompidos durante cerca de quatro meses devido às manifestações pós-eleitorais, o que implicou a desmobilização temporária de pessoal técnico e atraso na entrega de materiais importados.
Segundo Catine, parte do material destinado à montagem de torres, incluindo condutores e cabos, foi roubado durante o período de instabilidade, representando prejuízos de cerca de 3,5 milhões de dólares e inviabilizando a montagem de pelo menos 80 torres. Esta situação obrigou a EDM a reiniciar processos de fabrico e encomenda de equipamentos no exterior, prolongando o calendário da obra.
Objectivo e Impacto Regional
Uma vez concluído, o projecto permitirá adicionar 120 megawatts à rede eléctrica do Malawi, melhorando a fiabilidade do fornecimento de energia e reduzindo a dependência daquele país de fontes térmicas e importações de alto custo.
Joaquim Ou-Chim destacou que “até Dezembro teremos o projecto concluído, para que possamos ficar interligados com o Malawi, um dos países da África Austral que ainda não está ligado à rede regional”. O dirigente sublinhou que esta interligação simboliza “um passo decisivo na integração energética do continente, com Moçambique a assumir o papel de hub regional de exportação de energia”.
O projecto integra-se na estratégia de expansão da rede de transporte de alta tensão da EDM, que visa posicionar o país como fornecedor estável de energia limpa para os países vizinhos — incluindo Zâmbia, Zimbabué, Tanzânia e África do Sul — aproveitando o potencial hídrico e térmico nacional.
Análise Estratégica
A concretização da linha Moçambique–Malawi representa mais do que um investimento em infra-estruturas eléctricas: trata-se de um movimento estratégico com impacto directo na cooperação económica e na segurança energética da região.
Para o Malawi, o projecto permitirá diversificar o seu mix energético, reduzindo custos e vulnerabilidade a interrupções. Para Moçambique, reforça-se a imagem de exportador regional de energia, fortalecendo a capacidade de negociação do país no mercado eléctrico da África Austral.
Contudo, a execução do projecto também expõe fragilidades logísticas e de segurança, evidenciadas pelos roubos de material e atrasos no transporte. Especialistas alertam que a manutenção da estabilidade política e da protecção das infra-estruturas críticas será essencial para garantir a sustentabilidade operacional da nova linha.
Com 85 por cento das obras concluídas e conclusão prevista para Dezembro, a linha de interligação Moçambique–Malawi representa um marco de integração energética e diplomacia económica regional.
O projecto reforça o papel de Moçambique como exportador estratégico de energia eléctrica e sinaliza o potencial do país para liderar a transição energética na África Austral.
Resta agora assegurar que, após a conclusão técnica, a gestão e manutenção da infraestrutura sejam robustas, garantindo que este investimento de 154 milhões de dólares se traduza em desenvolvimento partilhado, estabilidade e crescimento sustentável para ambos os países.
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