
Maximizar a parcela das energias renováveis na matriz energética pode gerar ganhos na ordem de 84 milhões de dólares
- Wärtsilä conclui que essa é “a estratégia mais sólida, barata e limpa disponível em Moçambique”
- O novo relatório da Wärtsilä, apresenta uma análise aprofundada sobre o impacto que as energias renováveis podem ter no custo da electricidade em Moçambique.
- O relatório mostra que a capacidade superior de energia renovável e lançará as bases de um sistema de energia confiável e econômico para o futuro.
- Cenário caracterizado por uma grande parcela de energias renováveis na matriz energética será o modo mais acessível e sustentável de atender à procura por electricidade na próxima década.
- Maximizar as energias renováveis ajudará a reduzir as emissões de carbono em 5 milhões de toneladas até 2032 e gerar economias de 84 milhões de dólares
A informação foi partilhada, esta terça-feira, 01/11, em Maputo, no decurso do Fórum Moçambicano de Energia, que contou com a presença dos principais elaboradores de políticas do País em matéria de energia, os especialistas em energia do Grupo Wärtsilä. Trata-se dos últimos resultados de um estudo aprofundado que modeliza o papel que as energias renováveis podem desempenhar na construção do sistema energético mais eficaz e confiável para Moçambique.
O grande desafio para as autoridades energéticas de Moçambique é garantir que toda a população tenha um acesso ininterrupto e a preços acessíveis à eletricidade, na próxima década.
Para atender o pico do aumento da procura por electricidade estimado a 1,3 GW até 2032, Moçambique deve construir uma nova capacidade energética significativa. Deverão, por exemplo, ser necessários mais 2 GW para apoiar o desenvolvimento planeado do Parque Industrial de Beluluane, na província de Maputo, até 2037. No futuro, o desenvolvimento de novos recursos em matéria de gás apresenta oportunidades tremendas para aumentar rapidamente, no País, a capacidade da energia gerada a gás. Porém, Moçambique também conta com os seus recursos energéticos eólicos e solares, de classe mundial, para aumentar rapidamente a geração de energia.
“O nosso estudo aborda as questões-chave enfrentadas hoje pelas autoridades energéticas de Moçambique, a começar pela relativa parcela que as energias renováveis devem representar na matriz energética do País. Terá Moçambique de limitar a nova capacidade de energias renováveis a 100 MW por ano, como deseja atualmente fazer? Ou deve o País construir mais capacidade? Qual seria a melhor matriz energética em cada cenário? Responder a essas perguntas é crucial para o planeamento e a estratégia do sistema energético de Moçambique”, explicou Wallace Manyara, Gestor de Desenvolvimento de Negócios da Wärtsilä Energy, Região África Austral e Oriental.

Neste relatório, o Grupo Wärtsilä apresenta e compara dois possíveis cenários de expansão do sistema energético para Moçambique: um com acréscimos da capacidade de energias renováveis limitados a 1 GW até 2032; e outro cenário em que se permite que a capacidade de energias renováveis atinja 3 GW até 2032. Cada cenário foi modelizado com uma ferramenta líder mundial da modelização de sistemas energéticos, para identificar a melhor matriz energética para se construir de ano a ano, a fim de oferecer um abastecimento de energia confiável aos mais baixos custos.
O estudo revela que o cenário caracterizado por uma grande parcela de energias renováveis na matriz energética será o modo mais acessível e sustentável de atender à procura por electricidade na próxima década. Maximizar as energias renováveis – em associação com o armazenamento de energia e os motores flexíveis a gás, para suprir as necessidades em matéria de equilíbrio da rede – ajudará a reduzir as emissões de carbono em 5 milhões de toneladas até 2032. Isto também irá gerar economias de 84 milhões de dólares, em comparação com o cenário caracterizado por uma utilização reduzida das energias renováveis.
O plano de expansão energética mais competitivo delineado no relatório combina quase 3 GW de capacidade nova de energia eólica e solar, juntamente com 1 GW de projectos flexíveis a gás, 205 MW de capacidade de armazenamento de energia e 50 MW de capacidade hidroeléctrica nova. Também planeia 1 GW em projectos de abastecimento básico de gás a serem construídos de 2022 a 2032, inclusive a central eléctrica a gás de Temane, de 450 MW, com entrega prevista para 2024.
“As técnicas avançadas de modelização de sistemas energéticos utilizadas neste estudo mostram, sem sombra de dúvida, que maximizar as energias renováveis de baixo custo, incluindo-se ao mesmo tempo flexibilidade no sistema energético, com o armazenamento de energia e os motores de equilíbrio da rede, é a estratégia energética mais sólida, barata e limpa disponível atualmente em Moçambique”, concluiu Kenneth Engblom, Vice-Presidente, Wärtsilä Energy África e Europa.
O Wärtsilä é um grupo mundial de tecnologia com considerável experiência nos mercados da energia. No seu estudo, dois cenários distintos de expansão do sistema energético foram modelizados através da utilização de técnicas avançadas de modelização de sistemas energéticos, com o objectivo de avaliar o impacto financeiro e ambiental de um parâmetro-chave de modelização: a quantidade de capacidade de energias renováveis que deve ser integrada na matriz energética moçambicana todos os anos até 2032.