
Moçambique encontra-se num dos momentos mais desafiantes da sua história. As transformações políticas, económicas e sociais que vivemos hoje exigem uma reflexão profunda e a adopção de medidas corajosas e inovadoras. No centro desta transformação está a juventude, que representa não apenas a maior parte da população, mas também a principal esperança para um futuro de progresso e prosperidade. Valorizar e integrar os jovens como agentes de mudança é, sem dúvida, um dos maiores desafios e oportunidades para Moçambique.
O nosso país, tal como o continente africano, enfrenta o desafio do dividendo demográfico. Segundo dados recentes, mais de 60% da população africana tem menos de 25 anos, tornando este continente o mais jovem do mundo. Em Moçambique, esta realidade é ainda mais evidente, com uma proporção significativa da população formada por jovens em idade activa. Este facto representa um enorme potencial para o desenvolvimento económico e social, mas também um risco, caso não sejam adoptadas políticas inclusivas que promovam a plena participação destes jovens no processo de desenvolvimento.
É indiscutível que o sucesso das políticas adoptadas pelos governos africanos para promover a inclusão social e económica dos jovens determinará os resultados do processo de desenvolvimento das nossas nações. Para tal, é fundamental uma agenda política que inclua medidas demograficamente sustentadas, capazes de enfrentar a exclusão social, política, cultural e económica. Precisamos de uma visão que saiba explorar a energia, o dinamismo e a criatividade da nossa população jovem. Investir na juventude é, sem sombra de dúvidas, a melhor forma de garantir um futuro sustentável e um crescimento económico inclusivo.
Mais do que isso, é crucial reconhecer que um sector privado forte contribui decisivamente para combater a pobreza e as desigualdades, ao mesmo tempo que fortalece as instituições e promove a estabilidade social. Empresas dinâmicas e competitivas não apenas criam emprego e riqueza, mas também têm a capacidade de impulsionar a inovação e a transformação social, estabelecendo as bases para uma economia mais inclusiva e resiliente. Este é um compromisso que transcende interesses individuais, pois um sector privado robusto é, em última instância, um dos principais alicerces para o progresso sustentável e harmonioso de Moçambique.
Neste contexto, o sector privado deve assumir o seu papel como motor de desenvolvimento, investindo em áreas fundamentais como a educação, a saúde, as infraestruturas e a transição energética. Ao promover ambientes de trabalho inclusivos e inovadores, ao incentivar o empreendedorismo e ao apoiar iniciativas que melhorem a qualidade de vida das comunidades, as empresas podem tornar-se agentes de transformação social e económica.
O futuro de Moçambique exige uma sinergia entre o sector privado, o sector público e a sociedade civil. Cada um tem um papel essencial na construção de um país mais próspero, estável e equitativo. É imperativo criar um ecossistema onde o sector privado possa prosperar, gerando impacto positivo em todas as áreas da vida nacional, desde a geração de emprego até ao fortalecimento das instituições e à redução das desigualdades.
Moçambique enfrenta desafios complexos, mas tem os recursos necessários para os superar. Um sector privado forte, comprometido e inovador será uma das principais forças impulsionadoras do desenvolvimento do país. Com as políticas certas e a visão clara de um futuro inclusivo, podemos construir um Moçambique que seja exemplo de progresso, estabilidade e esperança para o continente africano e além.
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Lineu Candieiro
PCA do Grup Lin, Presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) e Vice-Presidente do Conselho Empresarial Nacional
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