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Moçambique galga três posições no ranking do Barómetro do Comércio em África do Standard Bank, passando da posição 6 para a posição 3

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  • Confira os  principais destaques da situação actual do comércio transfronteiriço em Moçambique

O estudo feito para suprir as lacunas de informação e poupar a necessidade de consulta de vários documentos para se ter acesso a informação actualizada, realizado maioritariamente às pequenas e médias empresas (PMEs), do Standard Bank mostra que houve uma melhoria no ambiente geral macroeconómico em Moçambique comparativamente aos outros países da região.  Portanto, de facto, as condições macroeconómicas continuam a melhorar, embora a persistência de alguns desafios como a escassez de divisas que continua a afectar negativamente a capacidade de atracção comercial de Moçambique.

O relatório aponta de facto que, o sentimento empresarial em Moçambique inclina-se para o aumento do comércio transfronteiriço nos próximos anos. A maioria dos importadores (68%) e exportadores (59%) inquiridos espera que a escala da sua actividade de comércio externo aumente, sinalizando a intenção das empresas de se envolverem cada vez mais no comércio com outros mercados. Não obstante, as empresas esperam igualmente que a implementação do AfCFTA alivie a circulação de bens e serviços através das fronteiras, facilite um maior investimento entre países, bem como proporcione um mercado maior para os seus bens e serviços.

O documento destaca que no mercado interno, a confiança das empresas moçambicanas é relativamente positiva. As percepções sobre o desempenho da economia em relação às empresas são relativamente positivas entre as empresas em Moçambique, independentemente da sua dimensão.

Seguramente, Célio Mucabele, Especialista de Comércio do Standard Bank, considera que há um grande optimismo e um cenário encorajador para o aumento do volume do comércio, tanto a nível das importações como das importações. “Deve-se a aumento da procura depois da Covid e do reforço da produtividade, resultantes do aumento na confiança nos negócios, por parte dos fornecedores para com os seus clientes”. Para o especialista, “existe uma meia vontade por parte destes para a concessão de crédito aos seus clientes moçambicanos”. Certamente, “estes factores contribuíram positivamente para a melhoria do rating de Moçambique no ranking face aos restantes países que participaram do estudo.

Célio Mucabele, Especialista de Comércio do Standard Bank

Outros factores que contribuíram para as percepções optimistas entre as empresas são a estabilidade da taxa de câmbio de Moçambique e a melhoria da inflação interna, ambos um bom presságio para o desempenho económico do país.

Em contrapartida, o acesso ao financiamento contribuiu negativamente pelo difícil grau de acesso ao financiamento por parte das empresas devido as elevadas taxas de juro proibitivas.

Fáusio Mussá, Economista-Chefe do Standard Bank, diz que Moçambique permanece ainda um país estável e tal evidência é constatável pela melhoria que o país verificou no ranking, da 6ª. posição para a 3ª. No entanto, ressalva que “pouco se tem feito para dinamizar o comércio transfronteiriço, mesmo havendo várias oportunidades”.

Fáusio Mussá, Economista-Chefe do Standard Bank

O Economista-Chefe do Standard Bank defende que deve haver uma convergência entre os líderes económicos, “devemos sentar juntos e planear, como amigos do continente. As decisões de investimento devem ser sustentáveis e não se pode queimar etapas”.

Para Nuno Mapossa, Assessor da Direcção Geral do APIEX, a presente iniciativa do Standard Bank pretende preencher um enorme vazio de informação que é determinante para a decisão de fazer negócio. Considera ainda que em África e Moçambique em particular, há muito espaço para o comércio, a Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA) possui actualmente um mercado de mais de 1,4 mil milhões de consumidores e esta marca equipara-se ao volume do mercado chinês. Todavia, ainda persistem imensos desafios para a promoção do comércio. Sublinhou com um deles a existência de uma cadeia de valor muito deficiente onde há sérios problemas de alocação da produção. Não obstante a este aspecto, permanecem ainda os problemas de transporte, cadeias de frio para a conservação, a especulação dos preços dos produtos entre outros.

Nuno Mapossa, Assessor da Direcção Geral do APIEX

“O Desafio é a Estrutura”, enfatiza Mapossa, competir com os grandes mercados não constitui uma tarefa fácil, há custos proibitivos e há custos administrativos associados, e a logística é tudo.

Portanto, o Banco tem um papel fundamental, como operador de mercados, na promoção de investimentos que resultem no crescimento atendendo a predominância do sector informal, afirma Mapossa.

O estudo mostra que a percepção positiva do papel do Governo no apoio às actividades de comércio transfronteiriço tem tido uma tendência decrescente, independentemente da dimensão da empresa. Para os inquiridos, o Governo deveria apoiar o comércio transfronteiriço através da redução dos impostos e dos direitos aduaneiros.

Face a situação acima, o Governo planeia introduzir várias iniciativas para melhorar as infra-estruturas de eletricidade e logística. Isto inclui um projeto ambicioso que visa a eletrificação total do país até 2030, através da implementação de vários grandes projectos de produção, transmissão e distribuição. Por conseguinte grande para o envolvimento no comércio transfronteiriço para as empresas inquiridas em Moçambique.

As empresas em Moçambique referem que as falhas de energia são o constrangimento mais significativo que inibe a sua capacidade de comércio com outros países africanos.

João Guirengane, Director da Banca Comercial e de Negócios do Standard Bank

João Guirengane, Director da Banca Comercial e de Negócios do Standard Bank, tecendo as notas finais chamou especial atenção a eliminação das barreiras comerciais entre os países africanos para que de facto ocorra uma convergência estratégica entre os mesmos, tanto a nível intra como inter. Para Moçambique, disse que emerge a necessidade de melhoria do acesso ao mercado, a produção de qualidade, a boas infraestruturas e a melhores taxas de financiamento as empresas.

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