Moçambique não pode continuar a depender de modelos extractivistas e de políticas que perpetuem a vulnerabilidade económica do País – Daniel Chapo

O Presidente destacou que o gabinete não será “mais uma unidade para acomodar pessoas”, sublinhando que o objectivo é garantir eficiência, rigor e impacto concreto na gestão de contratos, concessões e no acompanhamento de projectos estruturantes.

Entre as principais responsabilidades do gabinete, estão:

• Reformas institucionais e políticas públicas, assegurando que as estratégias de desenvolvimento sejam implementadas com eficácia.
• Análise de contratos e concessões para garantir maior transparência e alinhamento com os interesses do Estado.
• Monitorização de projectos estratégicos e avaliação do seu impacto na economia e na sociedade.
• Coordenação entre o Governo, sector privado e sociedade civil para garantir uma abordagem integrada e participativa no processo de reformas.

Mudança de Paradigma e Independência Económica

No seu discurso, o Presidente Chapo enfatizou a necessidade de quebrar com o modelo económico herdado do período colonial, que mantém Moçambique como exportador de matérias-primas, sem uma cadeia de valor agregada que beneficie o país.

Destacou a criação do Ministério dos Transportes e Logística, sublinhando que os corredores logísticos devem servir prioritariamente o desenvolvimento interno, em vez de estarem orientados apenas para os países vizinhos. Afirmou que Moçambique precisa de aproveitar melhor os seus recursos estratégicos, incluindo terras férteis, recursos minerais e potencial energético, para alcançar a independência económica e reduzir a dependência da ajuda externa.

Para concretizar essa visão, o Presidente apelou à capacitação dos recursos humanos nacionais, reforçando que a industrialização é um pilar essencial para o crescimento sustentável do país.

Transparência e Inclusão no Processo de Reformas

O novo gabinete funcionará sob supervisão directa do Presidente da República, através de um Conselho de Coordenação multissectorial, que incluirá representantes do Governo, sector privado e sociedade civil. Esta abordagem visa garantir maior coerência e transparência nas decisões estratégicas do Estado, assegurando que os benefícios das reformas sejam amplamente distribuídos.

O Presidente instou o novo Coordenador Executivo a pautar-se pelos valores da transparência, integridade e profissionalismo, reafirmando que os moçambicanos esperam resultados concretos e uma forma diferente de fazer as coisas.

Desafios e Expectativas

O Presidente destacou que a criação deste gabinete representa um compromisso real com a transformação do país, mas alertou que o sucesso dependerá da capacidade de liderança e de execução eficaz das reformas propostas.

Entre os desafios que o novo gabinete enfrentará, destacam-se:

• Superar a burocracia e as ineficiências institucionais que dificultam a implementação de reformas.
• Assegurar que os recursos naturais sejam explorados de forma sustentável e benéfica para o país.
• Atrair investimentos estratégicos alinhados com os interesses de longo prazo de Moçambique.
• Reverter a dependência da exportação de matérias-primas, promovendo a industrialização e agregação de valor local.

A tomada de posse do Coordenador Executivo do GCRPE representa um novo capítulo na abordagem do Governo à gestão dos recursos estratégicos e na implementação de reformas estruturais. O Presidente da República reiterou que a responsabilidade do novo gabinete é transformar desafios em oportunidades concretas, garantindo que o crescimento económico se traduza em benefícios tangíveis para o povo moçambicano.

Ao final do discurso, o Chefe de Estado exortou o novo Coordenador Executivo a actuar com determinação, estratégia e inovação, reforçando que Moçambique não pode continuar a depender de modelos extractivistas e de políticas que perpetuem a vulnerabilidade económica do País.