Modernizar a cibersegurança e criar resiliência digital nas empresas – EY

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“O tempo é o maior aliado dos inimigos e o maior inimigo de quem quer evitar dano”/ Afirmou o responsável do Departamento de Cibersegurança para Moçambique, Angola e Portugal na Ernest & Young Moçambique, Jorge Libório num encontro promovida pela firma, sob o tema “A necessidade de modernizar a Cibersegurança”.

O evento pretendia debater os desafios que se colocam às organizações, decorrentes do aumento de crimes cibernéticos com impacto muito significativo para as empresas. Nesse sentido, foi evidenciado que a eclosão da pandemia obrigou a que muitas pessoas nas empresas, trabalhassem de forma remota, aumentando, por conseguinte, a superfície de ataques cibernéticos.

Nessa perspectiva foi considerado importante o incremento de accoes de divulgação “que a única forma que nós temos de realmente consciencializar e melhorar as nossas empresas na perspetiva de cibersegurança”, disse Jorge Libório

O especialista em cibersegurança da EY, considera que, a cibersegurança é uma jornada e, como tal, ninguém deve se sentir seguro, daí que exorta as empresas a construir uma resiliência digital para quando acontecer o pior.

Jorge Libório, especialista em cibersegurança da EY

“Existe ainda algum espaço para apostar em nova tecnologia mas,  mais uma vez sem processo e sem pessoas, a tecnologia em si não vai adicionar valor por si”.

Libório destaca o tempo como maior aliado de quem ataca e inimigo de quem quer evitar danos, por isso aconselha.

“O tempo é naturalmente o maior aliado dos inimigos e o maior inimigo de nós que queremos nos proteger. Porque se tiverem mais tempo, os nossos inimigos, os nossos inimigos são os criminosos, se chamarmos assim de cibernéticos, têm mais tempo para executar as tarefas maliciosas ou as actividades maliciosas a que se propõem.

Por outro lado, nós temos que reduzir esse tempo numa perspetiva de prevenção. Reduzir esse tempo com ferramentas de deteção, ferramentas de resposta. Porque uma coisa é certa, nós não vamos conseguir detectar tudo. E muitas das vezes quando detectamos o dano já está causado. Portanto, é muito importante que nós respondamos rapidamente e reduzindo esse tempo o mais possível. Tanto é assim que o tempo é, se calhar a parte mais importante em cibersegurança”. Explicou.

Mesmo sem avançar números, Jorge Libório diz que a superfície da insegurança cibernética está a ganhar contornos preocupantes e pensar numa segurança integral é a melhor forma de evitar danos. Por isso deve se combinar a tecnologia, os processos e as pessoas. De forma isolada os resultados não costumam ser satisfatórios.

Em Moçambique há consciencialização sobre os perigos, contudo, Libório reconhece haver muito ainda por fazer.

“Eu diria que se olharmos para as três vertentes que são indissociáveis na defesa, são as pessoas os processos e a tecnologia. Existe muito trabalho a fazer na capacitação para que todos os colaboradores das empresas percebam qual é a jornada, percebam qual é o caminho e o que é que tem que fazer no caso de haver uma ameaça”.

Todos os sectores de produção estão susceptíveis aos ataques, mas o sector público e a banca apresentam grande risco, segundo o responsável da Cibersegurança na Ernest & Young.

“Naturalmente nos todos os sectores. Mas há sectores que têm dados mais importantes. Também têm maturidade mais elevada. Naturalmente, o sector público e o sector bancário são os sectores que tendencialmente têm um foco maiorl”.

Uma das soluções não menos importantes avançada por Jorge Libório é a gestão correcta e privilegiada das entidades. Um usuário deve ter acesso ao que realmente é necessário para realizar actividades e em tempo real. O acesso vai se abrindo à medida em que evoluir a necessidade.

É que,  para Libório, a ameaça começa sempre numa conta: no acesso, na distracção de alguém que deixou a conta aberta, acessou mal, de um colaborador que saiu insatisfeito da empresa.

O plano de continuidade de negócio deve ser pensado na perspectiva de segurança. Ou seja, os investimentos para o negócio devem incorporar a segurança.

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