• O Estadista moçambicano, Filipe Nyusi, considerou positiva a participação da delegação moçambicana na Cimeira Itália-África, realizada segunda-feira (29/01) em Roma, sobretudo porque foi uma oportunidade para partilhar a estratégia nacional de transição energética, a pedido dos organizadores. 

“Partilhámos a nossa Estratégia de Transição Energética que lançámos na COP 28, em Dubai”, disse Filipe Nyusi, falando ontem a jornalistas moçambicanos no final da visita à Itália. 

Em diversos fóruns internacionais Moçambique tem vindo a defender o uso de gás natural, do qual é detentor de enormes reservas, como energia de transição, no âmbito do esforço mundial de abandono dos combustíveis fósseis para abraçar fontes limpas e amigas do ambiente.

Fora disso, outro argumento de Filipe Nyusi para ilustrar o sucesso da visita está no facto de, à margem da cimeira, ter mantido encontros bilaterais com diversas personalidades, com destaque para o seu homólogo italiano, Sérgio Matarella, e a Primeira-Ministra, Giorgia Meloni. 

No encontro com Materella, Nyusi reconheceu a importância dos investimentos de empresas italianas em Moçambique, a exemplo da multinacional Eni, que extrai gás natural do Rovuma, em Cabo Delgado. 

Entretanto, ontem o Presidente da República concedeu uma audiência à embaixadora Cindy Maccain, Directora-Executiva do Programa Mundial para Alimentação – PMA, de quem recebeu garantias de continuidade de assistência humanitária e criação de resiliência nas pessoas para serem capazes de se sustentarem em casos de emergência. 

O Chefe do Estado recebeu, ainda ontem, uma oferta de um quadro da malograda artista plástica moçambicana Bertina Lopes. 

Entretanto, segundo o Presidente, os debates na cimeira giraram em torno de financiamento a infra-estruturas, energia e investimentos, tendo-se reconhecido que “África não está em situação de pedir, mas numa posição de comparticipar no desenvolvimento, entrando com os recursos de que dispõe e outros com o poder financeiro e tecnológico”. 

Outro tema debatido foi a transferência tecnológica, pilar importante para o desenvolvi mento dos países, para além da transformação interna dos recursos, tese há muito defendida por Filipe Nyusi, para assegurar a criação de empregos.

Refira-se que na abertura da Cimeira Itália – África, a Primeira-Ministra da Itália, Giorgia Meloni, anunciou que o seu Governo vai investir pelo menos 5,5 biliões de euros no continente africano, entre financiamentos, doações e garantias para empréstimos. 

O montante faz parte do “Plano Mattei”, baptizado em homenagem ao fundador da gigante italiana de óleo e gás ENI, Enrico Mattei, multinacional no gás natural da Bacia do Rovuma, e que integra a estratégia do Governo de Melonoi para criar oportunidades em África e conter os fluxos migratórios no Mar Mediterrâneo.

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