
Ouro Corrige Após Recordes: Lucros Realizados, Dólar em Recuperação e Expectativas Sobre o FED
O metal precioso recua 2,7% na semana após atingir máximos históricos acima dos 4.000 dólares por onça. Analistas apontam uma fase de consolidação e esperam novos movimentos condicionados pela política monetária norte-americana.
- O ouro está cotado em cerca de US$ 4.138,52 por onça, após uma valorização histórica no início do mês;
- No acumulado da semana, o metal regista uma correcção de -2,7%, influenciada por lucros realizados e ligeira recuperação do dólar;
- As tensões geopolíticas e a expectativa de cortes de juros pelo Federal Reserve continuam a sustentar a procura por activos de refúgio;
- Bancos centrais mantêm ritmo forte de compra de reservas em ouro, reforçando o suporte estrutural ao preço;
- Analistas projectam estabilização entre 4.000 e 4.300 USD, mas não descartam novas máximas caso a política monetária volte a flexibilizar.
Depois de semanas de ganhos expressivos e de ter superado a barreira simbólica dos 4.000 dólares por onça, o ouro iniciou uma trajectória de ajustamento técnico nos principais mercados internacionais.
Nesta sexta-feira, 24 de Outubro, o metal precioso recuou 0,55%, fixando-se nos 4.138,52 USD por onça, em linha com o movimento de realização de lucros e a ligeira recuperação do dólar norte-americano.
Mercado Entra em Fase de Consolidação
Segundo a Reuters, o ouro permanece num patamar elevado, mas a volatilidade aumentou após o rali que o levou a novos máximos em Outubro.
Analistas da Vanda Insights consideram que o mercado está “a ajustar posições após uma valorização excessiva” e que a tendência de médio prazo continua dependente da trajectória da política monetária dos Estados Unidos.
A valorização do ouro em 2025 foi alimentada pela combinação de factores geopolíticos, expectativas de abrandamento económico e procura institucional por activos de reserva.
Ainda assim, os últimos dias revelam um reposicionamento técnico, caracterizado por vendas selectivas e menor procura especulativa.
Dólar e Taxas de Juro Definem o Próximo Movimento
O comportamento do ouro nas próximas semanas dependerá, em grande parte, da postura do Federal Reserve.
Se o banco central norte-americano confirmar cortes graduais nas taxas de juro até ao final do ano, a pressão sobre o dólar tenderá a diminuir e o ouro poderá recuperar o ímpeto altista.
Em contrapartida, um discurso mais restritivo ou sinais de resiliência económica nos Estados Unidos podem provocar nova pressão descendente, levando o metal a níveis entre 3.900 e 4.000 USD por onça.
O Bank of America estima que o ouro poderá atingir 5.000 USD por onça até 2026, se persistirem as tensões geopolíticas e o contexto de juros baixos.
A longo prazo, a procura estrutural — liderada por bancos centrais e fundos soberanos — continua a sustentar o interesse no activo como reserva de valor e instrumento de diversificação cambial.
Procura Institucional e Perspectiva Geopolítica
A compra de ouro por bancos centrais mantém-se robusta em 2025, com destaque para a China, a Turquia e o Qatar, que procuram reduzir exposição ao dólar e reforçar estabilidade monetária.
Esta tendência contribui para consolidar o carácter estratégico do ouro num mundo cada vez mais fragmentado em blocos económicos e financeiros.
Paralelamente, a intensificação das tensões comerciais entre os EUA e a China, e as sanções adicionais sobre o sector energético russo, reforçam o ouro como refúgio em tempos de incerteza.
O metal, mais do que um activo financeiro, tem sido tratado como indicador de confiança e de risco global.
Cenários em Perspectiva: O “Novo Normal” dos Metais Preciosos
O cenário base prevê uma estabilização dos preços entre 4.000 e 4.300 USD, à medida que o mercado absorve o ciclo de valorização anterior.
Contudo, os analistas não descartam novos máximos caso a política monetária norte-americana volte a flexibilizar ou se agravar o contexto geopolítico.
Independentemente do trajecto imediato, o ouro reafirma-se como activo estratégico e barómetro da confiança mundial.
Num ambiente de juros em mudança, tensões internacionais e instabilidade cambial, o metal precioso mantém o seu estatuto de refúgio — sólido nas crises e sensível a cada sinal da política global.
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