País perdeu 32 mil milhões de meticais e criou 50 mil desempregos, a contracção económica foi de 4,87% no quarto trimestre de 2024

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As manifestações violentas e ilegais que eclodiram em Moçambique após as eleições gerais de Outubro de 2024 causaram prejuízos superiores a 32,2 mil milhões de meticais (cerca de 504 milhões de dólares ao câmbio corrente), afectando gravemente a economia nacional e resultando na perda de mais de 50 mil postos de trabalho.

A informação foi avançada pela Primeira-Ministra, Benvinda Levi, durante a sessão especial de Perguntas ao Governo na Assembleia da República, tendo sublinhado que os actos de vandalismo, saque e bloqueio de circulação de pessoas e bens deterioraram o tecido social, económico e empresarial, com efeitos devastadores sobre a estabilidade nacional e o custo de vida dos cidadãos.

Contracção económica e impacto na paz social

Segundo Benvinda Levi, o país registou uma contracção económica de 4,87% no quarto trimestre de 2024, interrompendo a tendência de crescimento observada nos trimestres anteriores (3,2%, 4,5% e 3,68% no primeiro, segundo e terceiro trimestres, respectivamente).

“Esta situação impactou negativamente na manutenção da paz, estabilidade política, económica e social e, consequentemente, no processo de desenvolvimento do nosso país”, afirmou a Primeira-Ministra.

O agravamento da instabilidade nos primeiros meses de 2025 continuou a restringir a actividade económica, comprometendo o funcionamento de empresas, a fluidez do comércio e os serviços públicos, e dificultando a retoma da normalidade nas zonas afectadas.

Medidas de resposta e financiamento à recuperação

Face ao impacto generalizado das manifestações, o Governo adoptou um conjunto de medidas em coordenação com o sector privado e parceiros internacionais, destacando-se:

  • A criação de uma linha de crédito bonificada de 10 mil milhões de meticais, em parceria com a Associação Moçambicana de Bancos, destinada a apoiar empresas afectadas na gestão da tesouraria e retoma de investimentos.
  • A operacionalização de um Fundo de Recuperação Empresarial no valor de 300 milhões de meticais, com financiamento do Banco Mundial, destinado à reabilitação do tecido empresarial e à salvaguarda de postos de trabalho.

Além das consequências das manifestações, o país também sofreu com eventos climatéricos extremos, nomeadamente ciclones, para os quais o Governo tem vindo a mobilizar assistência humanitária, reabilitando infra-estruturas, garantindo a retoma dos serviços sociais básicos (educação e saúde) e promovendo reconstrução resiliente nas zonas afectadas.

Desafios e prioridades na acção governativa

Benvinda Levi frisou que o Executivo está empenhado numa acção governativa focada em acelerar a recuperação económica e social, mitigando os impactos das crises recentes e devolvendo confiança ao ambiente político e de negócios.

“Estas e outras acções visam acelerar e dinamizar o processo de recuperação do tecido social e do empresariado nacional, severamente afectados pelas vandalizações e destruições no âmbito das manifestações violentas e pelos eventos climatéricos extremos que assolaram o nosso país”, reforçou.

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