Petróleo a caminho dos maiores ganhos mensais em mais de um ano

• Arábia Saudita deve estender cortes de petróleo em Setembro – analistas;
• CEO da Exxon vê demanda recorde de petróleo neste ano e no próximo.

Os preços do petróleo desceram nesta segunda-feira, 31 de Julho, mas estavam a pairar perto de máximos de três meses, devendo registar os seus maiores ganhos mensais em mais de um ano, devido às expectativas de que a Arábia Saudita iria prolongar os cortes voluntários de produção até Setembro e apertar a oferta global.

Os futuros do petróleo Brent caíram 45 centavos para US$ 84,54 dólares o barril às 03:15 GMT, enquanto o petróleo West Texas Intermediate dos EUA estava a US$ 80,25 dólares o barril, queda de 33 centavos.

O contrato do Brent de Setembro expira ainda nesta segunda-feira. O contrato mais activo de Outubro estava em US$ 84,23 dólares o barril, queda de 18 centavos.

Brent e WTI fecharam na sexta-feira, 28 de Julho, em seus níveis mais altos desde Abril, ganhando pela quinta semana consecutiva, à medida que o aperto da oferta global de petróleo e as expectativas de um fim dos aumentos das taxas de juros dos EUA apoiaram os preços. Ambos estão a caminho de fechar Julho com seus maiores ganhos mensais desde Janeiro de 2022.

“Embora pareça que o petróleo pode ter precificando todas as boas notícias sobre a inflação e a resiliência económica dos EUA por enquanto, ele pode continuar subindo ainda mais”, disse Vandana Hari, fundadora da provedora de análise de mercado de petróleo Vanda Insights.

“A maior parte da forte actividade de compra tem ocorrido durante o horário de negociação dos EUA; a acção durante a sessão asiática permanece relativamente lenta e um mau indicador de sentimento”, acrescentou Hari.

Enquanto isso, a Arábia Saudita deve estender um corte voluntário na produção de petróleo de 1 milhão de barris por dia (bpd) por mais um mês, incluindo Setembro, disseram analistas.

“Os preços do petróleo subiram 18% desde meados de Junho, à medida que a alta demanda recorde e os cortes de oferta sauditas trouxeram de volta déficits, e como o mercado abandonou seu pessimismo de crescimento”, disseram analistas do Goldman Sachs em uma nota de 30 de Julho.

“Ainda esperamos que o corte extra de 1 milhão de bpd dure até Setembro e seja reduzido pela metade a partir de Outubro.”

O banco manteve sua previsão de Brent em US$ 86 dólares o barril para Dezembro e espera que os preços subam para US$ 93 dólares no segundo trimestre de 2024.

O Goldman Sachs estimou que a demanda global de petróleo subiu para um recorde de 102,8 milhões de bpd em Julho e revisou para cima a demanda de 2023 em cerca de 550.000 bpd com estimativas de crescimento económico mais fortes na Índia e nos Estados Unidos, compensando um rebaixamento para o consumo da China.

“A demanda mais firme está gerando um déficit moderadamente maior no 2º trimestre de 2023 do que o esperado, com uma média de 1,8 milhão de bpd, e um modesto déficit de 0,6 milhão de bpd em 2024”, disse.

CEO da Exxon Mobil, Darren Woods, disse que a empresa espera uma demanda recorde de petróleo este ano e no próximo ano, e que isso pode ajudar a impulsionar os preços da energia no segundo semestre do ano.

Nos EUA, as empresas de energia reduziram em Julho o número de plataformas de petróleo pelo oitavo mês consecutivo em um, para 529, disse a Baker Hughes em seu relatório semanal na sexta-feira, 28 de Julho.