Petróleo Estabiliza Após Quedas Consecutivas: Acordo da OPEP+ e Pressões Geopolíticas Elevam Incertezas

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  • Preços mantêm-se praticamente inalterados após três dias de recuos, em meio a receios de sobreoferta e novas tensões nas relações energéticas globais
Questões-Chave
  • Preços do Brent e do WTI estabilizam após atingirem mínimos de uma semana;
  • OPEP+ decide aumento de 547 mil barris/dia em Setembro, revertendo cortes anteriores;
  • EUA ameaçam a Índia com tarifas de 100% por manter importações de petróleo russo;
  • Possível interrupção nas compras indianas pode forçar a Rússia a encontrar novos mercados;
  • Perspectiva de novas tarifas agrava riscos de abrandamento económico global.

Os preços do petróleo mantiveram-se praticamente inalterados esta terça-feira, 05 de Agosto de 2025, após três sessões consecutivas de quedas, pressionados pelo receio de sobreoferta no mercado internacional, na sequência do mais recente acordo da OPEP+. As crescentes tensões geopolíticas entre os Estados Unidos, a Índia e a Rússia adicionam uma camada adicional de incerteza quanto à evolução do mercado.

Os contratos futuros do Brent mantiveram-se estáveis em 68,76 dólares por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) norte-americano recuou ligeiramente 2 cêntimos, fixando-se em 66,27 dólares por barril. Ambos os índices haviam recuado mais de 1% na sessão anterior, atingindo os seus níveis mais baixos em uma semana.

O foco dos mercados está centrado na recente decisão da OPEP+, que anunciou no domingo um aumento da produção em 547 mil barris por dia para Setembro. Esta decisão representa uma reversão significativa das restrições de oferta anteriormente impostas – que somavam cerca de 2,5 milhões de barris por dia, equivalentes a 2,4% da procura global.

Contudo, analistas sublinham que a quantidade efectivamente devolvida ao mercado poderá ser inferior à anunciada, reflectindo limitações operacionais e questões de cumprimento dentro da própria aliança.

Paralelamente, os EUA aumentaram a pressão sobre a Índia para cessar as compras de petróleo russo, no contexto do seu esforço para forçar Moscovo a um acordo de paz com a Ucrânia. O Presidente Donald Trump ameaçou aplicar tarifas secundárias de 100% sobre os compradores de crude russo, após já ter anunciado, em Julho, uma tarifa de 25% sobre as importações indianas.

Dados comerciais revelam que a Índia, principal importador de petróleo marítimo russo, adquiriu cerca de 1,75 milhões de barris por dia entre Janeiro e Junho deste ano – um aumento de 1% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Segundo Daniel Hynes, estratega sénior de matérias-primas do ANZ, “qualquer interrupção nessas compras obrigaria a Rússia a procurar novos compradores entre um grupo cada vez mais reduzido de aliados”.

Os mercados permanecem atentos ainda à evolução da política tarifária dos EUA em relação aos seus parceiros comerciais, temendo-se que um endurecimento possa desacelerar o crescimento económico global e reduzir a procura de combustíveis.

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