Petróleo sobe com expansão da actividade industrial na China, mas deve fechar o ano em baixa

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Os preços do petróleo registaram uma subida na última semana do ano, impulsionados por dados que mostram uma expansão da actividade industrial na China em Dezembro. Apesar disso, os mercados esperam que o petróleo encerre 2024 com uma queda anual pelo segundo ano consecutivo, devido a preocupações sobre a procura global nos principais países consumidores.

Dados positivos da China

O índice Brent subiu 57 céntimos, ou 0,8%, para 74,56 dólares por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) ganhou 58 céntimos, ou 0,8%, atingindo 71,57 dólares por barril. Apesar do aumento, os valores acumulados para 2024 indicam uma queda de 3,2% para o Brent e 0,1% para o WTI.

A China, o segundo maior consumidor de petróleo do mundo, relatou um crescimento na actividade industrial pelo terceiro mês consecutivo, embora a um ritmo mais lento. Este cenário reflete os esforços das autoridades chinesas em implementar um pacote recorde de três triliões de yuans (cerca de 411 mil milhões de dólares) em títulos do tesouro, numa tentativa de revitalizar o crescimento económico.

Pressões na procura global

Apesar dos sinais positivos vindos da China, a perspectiva de longo prazo para a procura global de petróleo continua fraca. Tanto a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) como a Agência Internacional de Energia (AIE) reduziram as suas previsões para 2025. A AIE espera que a oferta global de petróleo supere a procura, mesmo com cortes na produção da OPEP+, devido ao aumento da produção nos Estados Unidos e em outros produtores fora do cartel.

Factores de suporte a curto prazo

A baixa nos inventários de petróleo nos Estados Unidos deu algum suporte aos preços a curto prazo. As reservas norte-americanas caíram cerca de três milhões de barris na última semana, impulsionadas pelo aumento da actividade das refinarias e pela maior procura durante a época festiva.

Impacto económico e financeiro

Outro factor relevante é o impacto das taxas de juro nos mercados financeiros. A Reserva Federal dos EUA reduziu a sua projecção de cortes nas taxas de juro, o que pode estimular o crescimento económico e, consequentemente, a procura por energia. Contudo, o dólar forte tem limitado o apetite global pelo petróleo, uma vez que torna as compras mais caras para consumidores fora dos Estados Unidos.

Apesar da recente subida, os preços do petróleo continuam sob pressão, reflectindo incertezas sobre a procura global e a oferta crescente. Com a China a implementar medidas significativas de estímulo económico, a trajectória dos preços em 2025 dependerá da capacidade de equilíbrio entre os factores de suporte a curto prazo e os desafios estruturais a longo prazo.

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