
Petróleo Sobe Levemente com Sinais de Descompressão nas Tensões EUA–China
Brent fixa-se em torno de 63,5 dólares e WTI em 59,7 dólares por barril, impulsionados por perspectivas de diálogo comercial e abrandamento do risco geopolítico
- O Brent sobe 0,4%, para 63,54 USD por barril, enquanto o WTI avança 0,4%, para 59,71 USD;
- A ligeira recuperação segue-se à maior queda semanal desde Maio, provocada por tensões comerciais e excesso de oferta;
- Donald Trump e Xi Jinping preparam encontro na Coreia do Sul, num sinal de desanuviamento nas relações bilaterais;
- O cessar-fogo em Gaza reduz o prémio de risco no Médio Oriente e alivia a pressão sobre os preços;
- A OPEP+ confirma aumento gradual da produção, estimando equilíbrio no mercado em 2026;
- Analistas vêem a subida como repique técnico, sem inversão estrutural da tendência de baixa.
Os preços do petróleo registaram uma ligeira alta esta terça-feira, 14 de Outubro, reflectindo um alívio nas tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, após sinais de reaproximação diplomática entre as duas maiores economias do mundo. O Brent fixou-se em 63,54 dólares por barril, e o WTI em 59,71 dólares, numa valorização de cerca de 0,4% em relação ao fecho anterior.
De acordo com a Reuters, a valorização moderada do crude resulta da disposição manifestada por Washington e Pequim em retomar o diálogo económico, depois das trocas de ameaças sobre tarifas e controlo de exportações tecnológicas. O Secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, confirmou que o Presidente Donald Trump mantém a intenção de reunir com Xi Jinping na Coreia do Sul ainda este mês.
Apesar do ligeiro otimismo, as tensões comerciais permanecem como pano de fundo. Pequim ampliou recentemente as restrições à exportação de terras-raras, enquanto Trump reiterou a aplicação de tarifas de 100% sobre produtos chineses a partir de 1 de Novembro. “O mercado está a reagir ao tom mais conciliador de ambos os lados, mas ainda sem fundamentos sólidos para uma inversão de tendência”, observou o Saxo Bank em nota de mercado.
No plano da oferta global, a OPEP+ e aliados como a Rússia anunciaram, no seu relatório mensal, que o défice de oferta deverá encolher em 2026, à medida que o grupo procede a aumentos graduais de produção, estimados em cerca de 137.000 barris por dia. A decisão visa equilibrar o mercado sem desencadear uma nova queda de preços, depois de semanas de acentuadas perdas.
A redução do risco geopolítico também contribuiu para o alívio dos preços. O fim formal da guerra de Gaza, anunciado por Trump, e o cessar-fogo sustentado no Médio Oriente eliminaram parte do prémio de risco embutido nos contratos futuros de petróleo. Ainda assim, analistas alertam que os fluxos comerciais permanecem vulneráveis a novas perturbações, sobretudo com a imposição pela China de taxas sobre navios de bandeira norte-americana, incluindo petroleiros, o que elevou custos de frete e provocou cancelamentos de última hora.
Em termos técnicos, o Brent e o WTI continuam a oscilar dentro de um canal descendente, com resistência próxima dos 64 dólares e suporte na casa dos 58 dólares. “O movimento actual representa sobretudo uma correcção técnica”, apontam analistas da Economies.com, advertindo que a trajectória de médio prazo dependerá do ritmo de recuperação da procura global e das futuras decisões da OPEP+.
Contexto e Perspectivas
A Administração de Informação Energética (EIA) prevê que o Brent se mantenha em torno de 62 USD no quarto trimestre de 2025, descendo para 52 USD em 2026, à medida que a produção global continua a crescer e os inventários aumentam.
Embora o abrandamento das tensões EUA–China possa sustentar preços acima dos mínimos de Outubro, o excesso de oferta global e a desaceleração económica nas principais regiões consumidoras continuam a limitar qualquer trajectória de alta mais sustentada.
A médio prazo, os investidores observam com atenção as negociações entre Washington e Pequim, o nível dos stocks comerciais e a evolução do consumo energético na Ásia, factores decisivos para a estabilidade do mercado.
A sessão de 14 de Outubro marca, assim, uma pausa técnica após semanas de queda, num mercado que continua altamente sensível ao xadrez geopolítico e à evolução das economias mundiais. Entre o diálogo frágil das superpotências e o equilíbrio precário da oferta global, o petróleo mantém-se num terreno de incerteza, mas ligeiramente mais estável.
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