PIB de Moçambique deverá contrair 3.8%

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A economia moçambicana sofrerá uma contracção real do Produto Interno Bruto (PIB) em 3,8% este ano devido ao forte impacto da pandemia, estima a consultora The Economist Intelligence Unit (EIU) no seu mais recente relatório sobre o país.

O relatório refere que o coronavírus está a ter um forte impacto sobre as actividades económicas em Moçambique, apontando para uma queda na produção do carvão, enfraquecimento do sector da agricultura, a dizimação do sector de hotelaria e turismo e a redução do consumo privado. “ O consumo privado vai diminuir à medida que os rendimentos são atingidos e medidas de bloqueio reduzem gastos”, avança a fonte.

Não obstante este cenário adverso, a EIU prevê que em 2021, assumindo que a pandemia estará sob controlo, a economia crescerá 1% à medida que o sector agrícola recupera, antes de se expandir em 4,7% em 2022, à medida que os fluxos de investimento para a indústria do gás se acumulam. Segundo a fonte, o crescimento real do PIB será em média 6,9% ao ano em 2022-24, impulsionado principalmente pela indústria do gás. “O investimento interno em serviços auxiliares (incluindo serviços financeiros e jurídicos e construção) para a indústria do gás aumentará, apoiando o crescimento industrial”, refere o relatório.

O documento da EIU antecipa que as receitas do governo serão atingidas duramente em 2020 devido a redução das receitas de exportação e uma redução de impostos devido ao impacto económico do pandemia, enquanto que a  despesa pública vai aumentar à medida que os gastos com cuidados de saúde e os subsídios aumentam em resposta ao coronavírus. Consequentemente, é expectável que o défice orçamental aumente para 13,4% do PIB em 2020, reduzindo para 11,3% do PIB em 2021, à medida que os gastos do governo reduzem, e posteriormente para 5,4% do PIB em 2024, à medida que os ganhos do gás impulsionam a receita pública.

Igualmente em consequência da COVID-19, o défice da conta corrente vai aumentar para 28,4% do PIB em 2020, à medida que as exportações diminuem, e para 35,5% do PIB em 2023, à medida que as importações de bens de capital para a indústria do gás aumentarem. Em 2024, o défice vai diminuir para 31,8% do PIB à medida que as exportações de gás aumentarem.

Relativamente a evolução do nível de preços, a EIU prevê que a inflação será em média 3,4% este ano. Subsequentemente,“ vai aumentar ligeiramente à medida que o consumo privado melhora em 2021, antes de acelerar sobre o restante do período de previsão – atingindo uma média de 7,8% em 2024 – impulsionado por um crescimento económico mais alargado gerado pelo boom do gás”, lê se no relatório.

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