
Preços Do Petróleo Mantêm Se Estáveis Face A Novas Sanções Europeias Contra A Rússia
Questões-Chave
- Preços do Brent e do WTI mantiveram‑se praticamente inalterados face às novas sanções da UE;
- Pacote de sanções inclui proibição de importações de produtos refinados a partir de crude russo processado em terceiros países;
- Kremlin afirma que a Rússia já possui “certa imunidade” às sanções ocidentais;
- Analistas apontam desafios na monitorização e eficácia da nova medida europeia;
- Medo de tarifas dos EUA e aumento da produção no Médio Oriente também pressionam os mercados.
Os preços do petróleo mantiveram‑se praticamente inalterados esta segunda-feira, enquanto os investidores avaliavam os potenciais efeitos das novas sanções da União Europeia contra a Rússia e acompanhavam, com cautela, os impactos de tarifas comerciais e o aumento da oferta por parte de produtores do Médio Oriente.
O preço do Brent desceu um cêntimo, fixando‑se em 69,27 dólares por barril, após ter encerrado a sessão anterior com uma queda de 0,35%. Já o crude West Texas Intermediate (WTI), referência nos Estados Unidos, subiu ligeiramente 10 cêntimos, para 67,44 dólares por barril, recuperando parcialmente da descida de 0,30% registada na sexta-feira.
Na origem desta relativa estabilidade está a aprovação, pela União Europeia, do 18.º pacote de sanções contra a Rússia devido ao conflito na Ucrânia. As novas medidas visam também empresas como a indiana Nayara Energy, que exporta derivados refinados de crude russo. Uma das disposições com maior impacto potencial é a proibição da importação de produtos refinados a partir de petróleo russo processado em países terceiros.
Contudo, segundo analistas do ING liderados por Warren Patterson, a reacção tímida dos mercados indica cepticismo quanto à eficácia real da medida. “Será claramente difícil monitorizar os inputs de crude nas refinarias desses países, o que tornará difícil aplicar e fazer cumprir o embargo”, alertaram.
O Kremlin, por sua vez, minimizou o impacto das sanções. O porta-voz Dmitry Peskov afirmou que “a Rússia desenvolveu uma certa imunidade” face às pressões ocidentais.
Em paralelo, a situação internacional do petróleo continua tensa. O Irão, outro produtor sujeito a sanções, deverá retomar conversações nucleares com o Reino Unido, França e Alemanha na próxima sexta-feira, em Istambul. Caso não haja avanços, os europeus admitem restaurar sanções mais amplas.
Nos Estados Unidos, a contagem de plataformas de perfuração activas caiu para 422, o nível mais baixo desde Setembro de 2021, segundo dados da Baker Hughes.
Por outro lado, a entrada em vigor de tarifas norte-americanas sobre importações provenientes da União Europeia, prevista para 1 de Agosto, contribui para a incerteza. O Secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, mostrou-se optimista quanto à possibilidade de um acordo comercial com o bloco europeu, mas os mercados mantêm-se cautelosos.
O analista Tony Sycamore, da IG Markets, considerou que os receios comerciais vão continuar a influenciar negativamente os preços, ainda que dados sobre os inventários de petróleo possam proporcionar algum suporte, caso revelem escassez de oferta.
Com os preços do Brent a oscilar entre os 66,34 e os 70 dólares por barril, o mercado petrolífero permanece num estado de espera e reacção contida. As incertezas geopolíticas, as sanções em curso e os ajustamentos na oferta global continuam a moldar uma semana volátil para o sector energético mundial.
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