
Primeiro Semestre de 2024 em Moçambique: Reduções nas Taxas de Juro Impulsionam Crédito à Economia
O primeiro semestre de 2024 foi caracterizado por uma política monetária mais flexível do Banco de Moçambique (BdM), que promoveu uma série de cortes nas taxas de juro para estimular a economia. A redução das taxas MIMO e Prime Rate criou condições para um aumento gradual do crédito concedido à economia, num ambiente marcado por uma desaceleração da inflação. O crédito à economia registou um crescimento acumulado de 1,35%, reflectindo o impacto positivo destas medidas, ainda que o volume total de crédito se mantenha abaixo dos níveis observados no mesmo período de 2023.
Banco de Moçambique reduz taxas para estimular a economia
Em Janeiro, o BdM iniciou uma série de reduções na taxa MIMO, que desceu de 17,25% para 14,25% até Julho. A Prime Rate, que serve de referência para os juros de empréstimos comerciais, também caiu de 23,50% para 21,20%. Estas medidas traduziram-se num aumento gradual do crédito, com variações positivas ao longo do semestre. Em Junho, o volume de crédito totalizava 280,768 mil milhões de meticais, uma recuperação que, apesar de positiva, continua aquém dos níveis registados no mesmo período do ano anterior.
Segundo o BdM, a redução das taxas de juro reflecte uma resposta à inflação controlada. “O cenário actual de inflação baixa e o fortalecimento da moeda nacional permitiram flexibilizar a política monetária, tornando o crédito mais acessível para os agentes económicos”.
Particulares lideram na procura por crédito
Entre os principais sectores beneficiados, os particulares destacam-se, absorvendo 32,76% do crédito total concedido. A crescente procura por crédito pessoal impulsionou o consumo interno, uma alavanca para a dinamização económica. No entanto, os sectores de transporte e comunicações também foram beneficiados, numa aposta do mercado no desenvolvimento de infra-estruturas essenciais. “O crédito aos particulares é fundamental para o fortalecimento do consumo, mas é crucial equilibrá-lo com investimentos em sectores produtivos” 
Reservas Obrigatórias: Um obstáculo ao crescimento
Apesar do impacto positivo das reduções nas taxas de juro, o BdM mantém a taxa de reservas obrigatórias elevada, em 39,50%. Esta medida limita os recursos disponíveis para empréstimos e restringe uma expansão mais vigorosa do crédito. Especialistas do sector financeiro alertam para a necessidade de uma revisão das reservas, que permitiria aos bancos disponibilizarem mais capital para pequenas e médias empresas. A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) já manifestou esta preocupação, referindo que “uma redução na taxa de reservas libertaria capital adicional para o financiamento de pequenas e médias empresas, que são o motor do emprego e do desenvolvimento no país”
Impacto no Consumo e Infra-estruturas
A concessão de crédito mais acessível tem impulsionado o consumo doméstico e promovido o crescimento de pequenas empresas. Contudo, o BdM mantém uma postura cautelosa, alertando para o risco de um aumento descontrolado na procura, que poderia pressionar a inflação a médio prazo. No sector dos transportes e comunicações, o crédito facilitado está a fortalecer infra-estruturas estratégicas, promovendo a conectividade e reduzindo custos logísticos. “A facilitação do crédito para transportes é essencial para o desenvolvimento de infra-estruturas logísticas que suportem o crescimento do comércio”.
Expectativas para o segundo semestre de 2024
As previsões para o segundo semestre de 2024 comprovam a actaul continuidade nas reduções de taxas de juro, caso a inflação se mantenha controlada. Novos cortes na taxa MIMO e na Prime Rate estão a beneficiar o consumidores e empresas, estimulando o crédito ao consumo e o investimento. Contudo, analistas alertam para a necessidade de uma revisão na taxa de reservas obrigatórias, que, se mantida nos níveis actuais, poderá limitar o ritmo de crescimento do crédito. “A decisão sobre as reservas obrigatórias será determinante para o ritmo de crescimento do crédito em Moçambique” .
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