
Reserva Federal Entra em Semana Decisiva com Corte de Juros e Pressão Política sem Precedentes
Tentativa de demissão de Lisa Cook e nomeação acelerada de Stephen Miran colocam em dúvida a independência da Fed, no momento em que se espera o primeiro corte de taxas desde Dezembro de 2024.
- Reunião do FOMC realiza-se a 16 e 17 de Setembro sob elevada incerteza institucional;
- Tribunal de Recurso pode decidir se a governadora Lisa Cook mantém funções após tentativa de demissão de Trump;
- Senado vota esta segunda-feira a nomeação de Stephen Miran, crítico da Fed, para o Conselho de Governadores;
- Analistas antecipam corte de 25 pontos base, para intervalo de 4,00%–4,25%, o primeiro desde Dezembro de 2024;
- Fragilidade do mercado de trabalho e inflação acima da meta de 2% estão no centro das preocupações.
A Reserva Federal dos Estados Unidos enfrenta uma semana inédita e altamente delicada, em que a sua independência política é colocada em causa ao mesmo tempo que se prepara para cortar as taxas de juro pela primeira vez desde Dezembro de 2024. A disputa em torno da governadora Lisa Cook e a nomeação apressada de Stephen Miran marcam o pano de fundo da reunião do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC), agendada para os dias 16 e 17 de Setembro.
O Presidente Donald Trump tentou afastar Lisa Cook do Conselho de Governadores da Fed, acusando-a de alegadas falsas declarações numa candidatura hipotecária anterior à sua nomeação. O caso, de contornos sem precedentes, foi temporariamente travado por uma decisão da juíza federal Jia Cobb, que considerou improvável o sucesso do Presidente na demissão, permitindo a Cook manter-se em funções até resolução final. Contudo, o Tribunal de Recurso poderá decidir já este domingo se Cook se mantém no cargo, enquanto a disputa segue, eventualmente, para o Supremo Tribunal.
Em paralelo, o Senado acelera a votação para confirmar Stephen Miran como novo governador. Actual Presidente do Conselho de Assessores Económicos de Trump e crítico assumido da Fed, Miran poderá ser empossado já a tempo de participar no encontro desta semana, caso a sua nomeação seja aprovada na segunda-feira.
Para os analistas, a turbulência em torno da composição do Conselho ameaça corroer um dos pilares da autoridade da Fed: a sua independência em relação ao poder político. “Está a tornar-se cada vez mais difícil separar os governadores da Fed de quem os nomeia, o que mina a percepção de imparcialidade”, alertou Derek Tang, analista da consultora LH Meyer.
Apesar da incerteza institucional, os mercados dão como certo um corte de 25 pontos base na taxa dos fundos federais, reduzindo o intervalo actual de 4,25%–4,50% para 4,00%–4,25%. Será o primeiro movimento de afrouxamento desde Dezembro de 2024, num contexto em que a economia norte-americana mostra sinais de fragilidade no mercado de trabalho e enfrenta uma inflação persistentemente acima da meta de 2%. O impacto das tarifas comerciais agressivas da administração Trump tem mantido a pressão sobre os preços, mas os analistas consideram que a debilidade do emprego será a preocupação dominante.
Com a reunião prestes a iniciar-se, a Fed encontra-se num dos momentos mais críticos da sua história recente: obrigada a responder a desafios económicos complexos, ao mesmo tempo que resiste a uma ingerência política sem paralelo. O resultado não será apenas decisivo para a trajectória da política monetária norte-americana, mas também para a credibilidade da instituição junto dos mercados globais.
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