
Songo Torna-se Capital da Ciência e Energia com as II Jornadas Técnico-Científicas da HCB
Mais de 500 participantes reuniram-se durante três dias na vila do Songo para discutir o futuro das energias renováveis e a transição energética em Moçambique.
- II Jornadas Técnico-Científicas da HCB decorreram no Songo, de 10 a 12 de Setembro, sob o lema “Energias Renováveis — O Futuro da Matriz Energética”;
- Mais de 500 participantes, entre académicos, engenheiros, estudantes e investigadores de instituições nacionais e internacionais, estiveram presentes;
- Intervenções destacaram a diversificação da produção de energia, o potencial do hidrogénio verde e os 23 terawatts de recursos renováveis em Moçambique;
- Inteligência artificial foi apontada como catalisador para o desenvolvimento energético inclusivo;
- HCB anunciou plano estratégico para elevar capacidade instalada dos actuais 2.075 MW para 4.000 MW até 2034.
De 10 a 12 de Setembro, a vila do Songo transformou-se na capital da ciência, inovação e engenharia, acolhendo as II Jornadas Técnico-Científicas da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB). O evento, subordinado ao lema “Energias Renováveis — O Futuro da Matriz Energética”, reuniu mais de 500 participantes, incluindo académicos, engenheiros, estudantes, investigadores e decisores políticos, afirmando-se como um fórum de excelência para o debate sobre a transição energética em Moçambique e na África Austral.
“O Songo tornou-se, durante três dias, na capital da academia, ciência e engenharia do país”, afirmou Tomás Matola, Presidente do Conselho de Administração da HCB, na abertura das Jornadas. Para o gestor, a iniciativa consolidou a empresa como referência nacional e regional na promoção da ciência, inovação e energia sustentável, reforçando o compromisso da HCB com a segurança, a resiliência e a diversificação da matriz energética.
Estiveram representadas instituições como a Universidade Eduardo Mondlane, o Instituto Superior dos Transportes e Comunicações, os Institutos Politécnicos de Tete e do Songo, a Universidade Joaquim Chissano, a UniZambeze, a UniPúnguè, a Ordem dos Engenheiros de Moçambique, entre outras, num esforço de aproximação entre a academia, o sector privado e o governo.
As apresentações exploraram os mais recentes avanços em tecnologia de painéis solares, sistemas de armazenamento de energia e integração de renováveis nas redes eléctricas actuais. A discussão focou os desafios e oportunidades que Moçambique enfrenta ao diversificar as suas fontes energéticas.
Petrosse Guambe, investigador participante, defendeu a diversificação da produção da HCB com recurso a sistemas solares: “A HCB deve diversificar as suas fontes de produção de energia, para não depender exclusivamente da água e evitar a ruptura na geração em caso de estiagem como a que vem ocorrendo”.
O Professor Catedrático Boaventura Cuamba destacou o potencial do hidrogénio verde, sublinhando que “o hidrogénio tem o potencial para contribuir para fazer de Moçambique um hub regional e global de energia, concorrendo assim para uma efectiva transição energética”.
Salvador Namburete, antigo Ministro da Energia, lembrou que o país possui um vasto leque de recursos renováveis — biomassa, hídrico, solar, eólico, geotérmico e oceânico — com um potencial superior a 23 terawatts, segundo o Atlas de Energias Renováveis de Moçambique.
De Washington, D.C., Bernardo Mariano Júnior, Assistente do Secretário-Geral das Nações Unidas para o Escritório de Tecnologia da Informação e Comunicações, reforçou a importância da inovação tecnológica. “A inteligência artificial deve ser usada como catalisador para dinamizar o desenvolvimento de Moçambique, tornando a energia eléctrica um motor de inclusão, progresso e prosperidade sustentáveis”, afirmou.
A juventude também esteve no centro das discussões. Zulfa Nhaquila, estudante graduada de Maputo, sublinhou que “Moçambique não pode depender apenas da energia hídrica, pois tem várias outras fontes que podem gerar energia para o país”. Já Simão Oito, também estudante, defendeu a necessidade de envolver os jovens e investigadores nas decisões sobre megaprojectos, de modo a garantir que os recursos nacionais tragam benefícios efectivos para as próximas gerações.
O papel da educação e da colaboração interdisciplinar foi apontado como essencial para preparar engenheiros e cientistas capazes de liderar a inovação energética. Os participantes destacaram ainda a importância de reformas políticas que incentivem investimentos sustentáveis, sublinhando a necessidade de cooperação entre Estado, sector privado e academia para acelerar a transição energética.
No encerramento, Tomás Matola apresentou a visão estratégica da HCB: “Na HCB, estamos a priorizar a pesquisa e desenvolvimento de projectos energéticos, fontes de energia renováveis e limpas, com o objectivo de alavancar a capacidade instalada, gradualmente, dos actuais 2.075 MW, rumo aos 4.000 MW até ao ano de 2034 – 400 MW de energia solar e 1.245 MW da Central Norte, para além de outros projectos ainda em fase de análise preliminar, com cerca de 280 MW”.
As II Jornadas Técnico-Científicas da HCB encerraram-se com a convicção de que o futuro energético de Moçambique depende da partilha de conhecimento, da inovação tecnológica e do envolvimento de todos os sectores da sociedade. O Songo, por três dias, confirmou-se como a capital da ciência e energia, lançando as bases para um sistema energético sustentável e resiliente para as gerações futuras.
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