
Stablecoins, CBDCs e Tokenização: Cassamo Defende Revolução Tecnológica Para Resgatar Moçambique da Crise de Liquidez
Questões-Chave
- Moçambique precisa de moeda digital nacional (CBDC) para sair do impasse cambial, defende o especialista;
- Stablecoins representam alternativa viável para remessas, importações críticas e liquidações instantâneas;
- Experiência piloto com stablecoin moçambicana em universidade já em curso;
- Modelo digital elimina necessidade de cartas de crédito e bancos correspondentes;
- Cassamo propõe tokenização do metical para permitir pagamentos transfronteiriços com base em activos digitais convertíveis.
Para Mussagi Cassamo, a escassez de divisas que paralisa o tecido económico moçambicano pode ser enfrentada com soluções tecnológicas concretas e imediatas. Ao defender a criação de uma moeda digital nacional (CBDC), o economista argumenta que a revolução dos pagamentos digitais é a resposta mais eficaz à crise de liquidez. Experiências como stablecoins, câmaras de compensação globais e depósitos tokenizados já estão a ser testadas noutros países — e Moçambique não deve ficar para trás.
Ao analisar as alternativas às políticas cambiais convencionais, Cassamo explica a diferença entre os dois principais instrumentos digitais emergentes: CBDCs (Central Bank Digital Currencies) e stablecoins. Enquanto os primeiros são emitidos e controlados por bancos centrais, os segundos são operados por entidades privadas, com lastro em moedas como o dólar ou o euro.
No actual contexto, as stablecoins oferecem vantagens práticas: permitem transacções transfronteiriças em tempo real, dispensam bancos correspondentes e eliminam custos associados à compensação bancária tradicional. “Com o novo sistema americano UBIX, posso emitir um cheque digital em Moçambique e enviá-lo directamente à Câmara de Compensação Global, que paga instantaneamente ao fornecedor”, explica Cassamo.
 
															O especialista revela ainda que já existe em Moçambique uma stablecoin criada em ambiente académico, numa experiência piloto conduzida por uma universidade local (ISUTC). Trata-se de um exemplo prático de que a tecnologia está disponível — falta apenas um enquadramento institucional.
Para além das stablecoins, Cassamo sugere o uso de depósitos tokenizados do metical. Neste modelo, o metical físico é transformado num activo digital conversível, permitindo a liquidação imediata de importações sem necessidade de reservas cambiais em moeda estrangeira.
Apesar dos riscos associados — como questões de soberania monetária ou exigências regulatórias — Cassamo defende que o Banco de Moçambique pode criar uma “Associação de Canais de Depósito” para supervisionar os fluxos digitais e garantir a segurança do sistema.
A proposta é clara: Moçambique deve adoptar soluções digitais estruturadas para desbloquear a sua crise de liquidez. A criação de uma moeda digital oficial — um CBDC nacional — surge como prioridade estratégica, com potencial para modernizar o sistema financeiro, impulsionar a inclusão económica e proteger a soberania monetária em tempos de transição global.
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