Taxa MIMO reduz para 12,75%, Rogério Zandamela sublinha compromissos com a estabilidade económica e controlo da inflação
O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu, na reunião de 27 de Novembro de 2024, reduzir a taxa de juro de política monetária, a taxa MIMO, de 13,50% para 12,75%. Segundo o Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, esta decisão baseia-se na consolidação das perspectivas de inflação em um dígito no médio prazo, apesar das incertezas associadas à tensão pós-eleitoral e a choques climáticos.
Perspectivas de inflação e a decisão de Política Monetária
“A redução da taxa MIMO reflecte a confiança do Banco de Moçambique nas medidas tomadas para conter a inflação e estabilizar o Metical”, afirmou Rogério Zandamela, destacando que a inflação anual se situou em 2,7% em Outubro, após os 2,5% registados em Setembro. A inflação subjacente, que exclui itens voláteis, também permaneceu estável, indicando a eficácia das políticas em curso.
Segundo Zandamela, “a estabilidade do Metical e o impacto das decisões do CPMO foram determinantes para a manutenção de um ambiente inflacionário controlado, alinhado com os objectivos macroeconómicos de médio prazo”.
Crescimento económico e endividamento público
O crescimento económico de Moçambique continua a moderar-se. No terceiro trimestre de 2024, o PIB, excluindo o Gás Natural Liquefeito (GNL), registou um crescimento de 2,8%, face aos 3,6% do trimestre anterior. Quando incluído o GNL, o crescimento foi de 3,7%, contra os 4,5% registados anteriormente.
“Reconhecemos que a actividade económica está a enfrentar desafios, mas continuamos confiantes num crescimento moderado até ao final do ano, sustentado pela recuperação gradual em sectores-chave”, referiu Zandamela.
No entanto, o Governador destacou que a dívida pública interna continua a ser um ponto crítico, atingindo 408,1 mil milhões de meticais, um aumento de 95,7 mil milhões face a Dezembro de 2023. “A pressão sobre o endividamento público exige medidas de contenção fiscal que complementem os esforços de política monetária”, alertou Zandamela.
Resiliência do Sistema Bancário
O sector bancário mantém-se robusto, com rácios de solvabilidade e liquidez de 25,8% e 48,6%, bem acima dos mínimos regulamentares. Zandamela destacou que “os indicadores de rendibilidade dos activos (ROA) e dos capitais próprios (ROE), fixados em 4,3% e 17,9%, continuam a demonstrar a resiliência e capitalização do sistema bancário”.
Além disso, o crescimento do crédito à economia tem sido sustentado pela redução das taxas de juro de mercado, incluindo a Prime Rate, que reflete as decisões de política monetária. “Este é um sinal positivo para a recuperação económica, embora continuemos atentos aos riscos sistémicos”, frisou.
Reservas internacionais e perspectivas
As reservas internacionais brutas, suficientes para cobrir cerca de cinco meses de importações, continuam a reforçar a estabilidade cambial. “A manutenção de reservas em níveis confortáveis é essencial para proteger a economia de choques externos e assegurar a confiança dos mercados”, afirmou Zandamela.
Apesar do cenário positivo, o governador alertou para as incertezas associadas à tensão pós-eleitoral e ao impacto dos choques climáticos, que ainda representam riscos significativos para a estabilidade económica.
Próximos passos
Zandamela concluiu reafirmando o compromisso do Banco de Moçambique com a normalização da taxa MIMO no médio prazo. “As nossas decisões continuarão a ser guiadas pelas projecções de inflação e pela avaliação contínua dos riscos macroeconómicos”, disse, acrescentando que a próxima reunião do CPMO está marcada para 27 de Janeiro de 2025.
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