Trump Cancela 4,9 Mil Milhões De Dólares Em Apoio Externo E Agrava Conflito Com O Congresso

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Questões-Chave:
  • Presidente Donald Trump anunciou o cancelamento unilateral de 4,9 mil milhões USD em ajuda externa;
  • Medida afecta programas de cooperação internacional, operações de paz da ONU e esforços de promoção da democracia;
  • Decisão utiliza táctica de “pocket rescission”, que contorna a aprovação do Congresso;
  • Senadora republicana Susan Collins classificou a medida como ilegal e apelou a um processo bipartidário;
  • Democratas acusam Trump de preparar terreno para um eventual shutdown governamental no final de Setembro.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou o cancelamento unilateral de 4,9 mil milhões de dólares em fundos de ajuda externa aprovados pelo Congresso, intensificando o confronto sobre o controlo do orçamento federal e abrindo um novo capítulo no braço-de-ferro institucional em Washington.

Em carta dirigida ao presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, Trump informou que iria suspender o financiamento de 15 programas internacionais, entre eles iniciativas de apoio à democracia, operações de manutenção de paz da ONU e projectos de assistência geridos pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

A Casa Branca justificou a decisão com recurso à táctica conhecida como “pocket rescission”, que permite ao Executivo reter fundos durante 45 dias — tempo suficiente para fazer expirar o ano fiscal, que termina a 30 de Setembro, sem que os recursos sejam executados. A medida não é utilizada desde 1977.

O director do orçamento da Casa Branca, Russell Vought, defendeu que a decisão é legítima, mas críticos apontam para a violação da Constituição, que confere ao Congresso a prerrogativa exclusiva de aprovar e controlar os gastos públicos.

A iniciativa gerou fortes reacções tanto entre democratas como entre republicanos. A senadora republicana Susan Collins, presidente da Comissão de Apropriações do Senado, declarou que a acção é “ilegal” e defendeu que “a forma apropriada de reduzir gastos é através do processo anual de apropriações bipartidárias”.

Já o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, acusou Trump de procurar forçar um shutdown governamental no final de Setembro, ignorando leis orçamentais aprovadas pelo Congresso.

A nível internacional, a decisão foi recebida com preocupação. O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, alertou que o corte tornará “a situação orçamental ainda mais desafiante”, sobretudo para missões de manutenção de paz que dependem fortemente do apoio norte-americano.

De acordo com os democratas, a administração terá congelado no total mais de 425 mil milhões USD em fundos destinados a vários programas federais e internacionais.

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