União Europeia Disponibiliza 800 Mil Euros em Resposta à Crise Humanitária no Norte de Moçambique

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O financiamento visa apoiar deslocados e comunidades em risco nas províncias de Cabo Delgado, Nampula e Niassa, afectadas por ataques armados e eventos climáticos extremos.

Questões-Chave:
  • A União Europeia destinou 800 mil euros (cerca de 60 milhões de meticais) para apoiar a resposta humanitária no norte de Moçambique;
  • O apoio cobre acolhimento, abastecimento de água potável, saneamento e higiene, beneficiando deslocados e comunidades em zonas de risco;
  • Desde Julho, mais de 168 mil pessoas foram deslocadas, somando-se às 461 mil já registadas no início do ano;
  • As províncias afectadas enfrentam ainda os efeitos de três ciclones tropicais — Chido, Dikeledi e Jude — que atingiram 1,4 milhão de pessoas;
  • A execução será feita por parceiros humanitários locais e internacionais, sob coordenação do Departamento de Protecção Civil e Operações de Ajuda Humanitária da UE (ECHO), num programa de seis meses.

A União Europeia (UE) anunciou um novo pacote de ajuda humanitária de 800 mil euros destinado a Moçambique, em resposta à escalada de violência armada e ao agravamento da crise humanitária nas províncias do norte. A iniciativa pretende aliviar o sofrimento das populações deslocadas, reforçar a capacidade de resposta no terreno e evitar novas deslocações forçadas, num contexto de crises múltiplas — segurança, clima e vulnerabilidade social.

Violência e Deslocamentos em Expansão

Desde Julho, ataques armados em Cabo Delgado voltaram a intensificar-se, forçando dezenas de milhares de pessoas a abandonar as suas aldeias. O impacto alargou-se às províncias vizinhas de Nampula e Niassa, onde há relatos de novas vagas de deslocação e pressão sobre infra-estruturas locais.

De acordo com dados das agências humanitárias, 168 mil pessoas foram deslocadas nos últimos três meses, elevando o total anual para mais de 629 mil indivíduos em situação de vulnerabilidade extrema.

A crise humanitária agrava-se ainda pelos impactos climáticos recentes, nomeadamente a passagem dos ciclones Chido, Dikeledi e Jude, que entre Dezembro e Março afectaram 1,4 milhão de pessoas em 33 distritos, destruindo habitações, escolas e sistemas de abastecimento de água.

Prioridades da Resposta Europeia

O novo pacote de financiamento da União Europeia será canalizado para operações de emergência multissectoriais, com foco em:

  • Acolhimento temporário e abrigo para famílias deslocadas;
  • Abastecimento de água potável, instalações de saneamento e higiene pública;
  • Apoio directo às comunidades que permanecem em zonas de alto risco e sem condições seguras de realocação.

Segundo o comunicado oficial do ECHO, “esta resposta demonstra o compromisso da União Europeia com a solidariedade e a dignidade humana, reforçando o apoio às populações que enfrentam crises múltiplas e prolongadas”.

Implementação e Coordenação Humanitária

A execução do programa será coordenada pelo Departamento de Protecção Civil e Operações de Ajuda Humanitária da UE (ECHO), em colaboração com organizações humanitárias internacionais e parceiros locais, garantindo a coordenação com as autoridades moçambicanas e com o sistema das Nações Unidas.

O plano de seis meses visa melhorar a resposta imediata e fortalecer a resiliência das comunidades afectadas, num contexto em que o acesso a áreas inseguras continua limitado.

Solidariedade Europeia e Compromisso Global

A União Europeia, em conjunto com os seus Estados-Membros, é actualmente o maior doador humanitário mundial. Todos os anos, apoia milhões de pessoas afectadas por conflitos e desastres naturais, através de uma rede global de escritórios e operações no terreno.

O apoio agora anunciado reforça a presença estratégica e solidária da UE em Moçambique, país que enfrenta simultaneamente desafios de segurança, pobreza e vulnerabilidade climática.

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