Zimbabwe: Inflação no aumenta após a queda da moeda local
- Os preços registaram um aumento anual de 34,8% este mês, segundo dados oficiais
- O dólar local perdeu mais de um terço do seu valor este ano
A inflação no Zimbabwe aumentou à medida que a desvalorização da moeda fez subir os preços dos bens e serviços, aumentando a pressão sobre o banco central para agir.
Os preços no consumidor aumentaram a uma taxa anual de 34,8% em Janeiro, contra 26,5% em Dezembro, de acordo com os dados divulgados pela Agência Nacional de Estatística do Zimbabwe num briefing online nesta segunda-feira, 29 de Janeiro. Os preços aumentaram 6,6% no mês, em comparação com 4,7% em Dezembro. Os principais factores que contribuíram para o aumento da inflação foram os alimentos e os serviços, incluindo a habitação e a electricidade, segundo a agência de estatísticas.
O aumento deste mês é o terceiro consecutivo desde que a agência de estatísticas alterou a sua medida de preços em 28 de Setembro para reflectir melhor a utilização de dólares americanos na economia. O dólar é empregado em cerca de 80% das transacções e é preferido ao dólar zimbabueano, que tem sido extremamente volátil desde sua reintrodução em 2019, após uma pausa de 10 anos após a hiperinflação ter eliminado seu valor.
A unidade local perdeu 38% do seu valor em relação ao dólar no mercado oficial este ano e caiu ainda mais nas ruas da capital, Harare. Desvalorizou-se cerca de 85% entre o início de Maio e o final de Junho do ano passado, antes da liberalização da taxa de câmbio e de uma ordem governamental exigindo que todos os impostos sobre as empresas fossem pagos estritamente em moeda local, o que ajudou a estimular a recuperação.
