
Mozal disponibiliza 77 milhões de meticais para as PMES, pensando na aceleração do desenvolvimento local
- Num projecto denominado Nhluvuko (desenvolvimento) a ser implementado pela GAPI, a Mozal disponibiliza 77 milhões para financiar às iniciativas juvenis e de mulheres actuando em Pequenas e Médias Empresas (PMEs), na Província de Maputo.
Trata-se de um projecto com duração de cinco anos, divididos em duas fases, das quais 2 anos são de assistência técnica e 3 de execução efectiva, que vai abranger jovens e mulheres abaixo dos 50 anos, nos distritos da Matola e Boane, em Maputo, segundo, o Presidente do Conselho Executivo da GAPI, Adolfo Muholove.
“A GAPI tem a responsabilidade de implementar o projecto e garantir a sua operacionalidade e sustentabilidade, o que significa que na sua qualidade de instituição financeira de desenvolvimento, garantirá a sua implementação integral bem como a continuidade ao acesso a todos os serviços financeiros e de assistência que serão introduzidos através deste projecto, mesmo depois do término estipulado no acordo.”
A GAPI, e Mozal realizaram um estudo às microempresas nos distritos de Boane e Matola e constataram problemas como o fraco conhecimento dos procedimentos de gestão empresarial, a falta do plano de continuidade de negócios em caso de desastres, bem como a falta de acesso a linhas de financiamento alternativas.
“Para responder a este desafio, a GAPI e a MOZAL juntaram-se através de uma parceira que culminou com a criação do Projecto Nhluvuku, designação em ronga em que português significa desenvolvimento. O objectivo geral do Nhluvuku é o de contribuir para o aumento da renda, do emprego e o das condições de vida dos beneficiários nos distritos de Boane e Matola, através da melhoria da capacidade operacional dos seus negócios.”
Segundo o Director dos Assuntos Externos da Mozal, Gil Cumaio, os jovens e mulheres elegíveis ao projecto terão uma linha de financiamento com prestação mensal de 1 por cento, dependendo do capital a ser aplicado.
“Isso vai ser específico de acordo com o projecto que for apresentado, o que nós sabemos é que a taxa de juro vai ser um por cento por mês, mas o valor a desembolsar depende do total a que o empreendedor teve acesso e as condições que forem acordadas no momento de aprovação do projecto”.
Cumaio garantiu estarem asseguradas as estratégias para que os jovens mutuários possam reembolsar os valores de investimento.
“Primeiro porque eles vão aprender a desenhar um projecto que seja viável ou redesenharem um projecto que estejam a implementar, de forma que seja viável, mas também garantimos o treinamento, significa que a questão de saber fazer vai ser resolvida, mas também o acompanhamento que o nosso parceiro vai ter correlação àqueles que vão receber os projectos. Significa que este acompanhamento vai lhes ajudar na perspectiva de corrigir qualquer falha que possa ocorrer no processo”.
A Administradora do Distrito de Boane, Guilhermina Kumaghwelo, presente no acto de assinatura dos acordos, disse que a iniciativa vai contribuir na formação dos recursos humanos dos dois distritos.
“Ademais, este projecto irá contribuir para dar maior qualidade profissional aos nossos jovens, criando mais oportunidades de enquadramento no mercado de emprego.”
A governante disse que de um plano de 7.040 empregos foram gerados até ao primeiro semestre, 40.044 novos empregos, o que equivale a 57 porcento de realização e na iniciativa “Meu Kit, Meu Emprego” foram providos 23 kits, dos quais 13 foram para as mulheres.
Kumaghwelo instou os jovens beneficiários a se engajarem e se esforçarem para que o projecto alcance o sucesso desejado e assegurou a prontidão do Governo para o apoio necessário.
Em representação do Governador da Província de Maputo, o Director Provincial da Indústria e Comércio, Joel Nhassengo, disse que o projecto é lançado numa altura em que a economia da província se reergue dos efeitos da Covid-19, da ocorrência das inundações no início do ano e do lançamento das medidas de aceleração económica pelo Governo Central, por isso:
“O Governo espera que seja um factor impulsionador na dinamização da economia da província e especialmente com a geração de novos postos de emprego, aumento da capacidade produtiva da província, e melhoramento da renda familiar. Para o efeito, instamos os profissionais da direcção da Indústria e Comercio, os governos dos distritos de Boane e Matola, os parceiros de cooperação a assegurarem a implementação efectiva dos projectos privilegiados os mecanismos das parcerias público-privadas”.
Ynondo Rindau é empreendedora no ramo de alimentação e bem-estar, vê a iniciativa como uma bola de ar para os empreendedores jovens, pois esta camada enfrenta muitas dificuldades no empreendedorismo.
“Só para quem está no ramo do empreendedorismo sabe o quanto é complicado crescer sem ter uma rede de apoio… então quando nós temos este tipo de financiamento e com taxas de juro muito baixas, quase que sem juros, porque um porcento para mim não é juro porque em outros lugares encontramos juros de 15 por cento. São valores avultados que quando nós pensamos em ir atrás desses financiadores e pensamos nas taxas de juro que são extremamente elevadas, fica um pensamento de será que vale a pena, então com este projecto é uma oportunidade muito grande, principalmente para pequenos empreendedores”.
Por sua vez, a Associação Provincial dos Jovens Empreendedores de Maputo (APJEM) através do seu presidente Clayton Matumbela, diz estar preparada para ajudar os jovens a aceder ao financiamento.
“Nós vamos visitar a nossa base de dados para perceber quais são os jovens mais elegíveis para o projecto, segundo, o processo de implementação do próprio projecto vai contar com a parceria da APJEM no sentido em que teremos nos próximos dias sessões mais privadas com o pessoal da GAPI, com o pessoal da implementação do projecto que é para termos mais detalhes. Hoje foi feita uma apresentação pública muito boa, mas há ainda muitos detalhes que queremos entender…”
Segundo Clayton Matumbela, os jovens na Província de Maputo estão mais envolvidos em áreas de prestação de serviços.
“Isto por causa da facilidade no processo da inscrição e no processo de legalização desses negócios, é relativamente fácil, e por causa dos investimentos também que são necessários, então temos muitos jovens a operarem na área de serviços, apesar de que nós como associação advogamos para que os jovens possam estar noutras áreas como agricultura e indústria de transformação.
A Mozal espera que, ao longo da implementação do projecto, sejam ajudados 240 empreendedores, micro e pequenas empresas, como um grupo a desenvolver os negócios como deve ser.
A GAPI existe há cerca de 35 anos e através do projecto Nhluvuko vai contribuir para maior efectividade da inclusão económica, social e financeira das populações da Matola e Boane.
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