Adriano Maleiane em Beijing, participa no “cinturão e rota”

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O Primeiro-Ministro, Adriano Maleiane, chega, hoje, a China, para uma visita de trabalho de 17 a 23 de Outubro corrente. Em representação ao Chefe do Estado moçambicano, o governante vai participar em dois eventos, nomeadamente, o Terceiro Fórum de Cooperação Internacional “Cinturão e Rota”, um evento a ter lugar na capital Beijing e Fórum de Negócios China-Moçambique.

O evento que vai decorrer sob o lema “Cooperação do Cinturão e Rota de Alta Qualidade: Juntos para o Desenvolvimento Comum e a Prosperidade”, realiza-se no âmbito da iniciativa chinesa denominada “Cinturão e Rota”, lançada em 2013, pelo Presidente chines, Xi Jinping.

 “Cinturão e Rota”, visa impulsionar o comércio e a integração económica entre os países que compõem a iniciativa, através de investimentos em infra-estruturas estruturantes de desenvolvimento, nomeadamente estradas, pontes, linhas férreas, portos, oleodutos, redes de comunicação e outras acções que promovam a conectividade e o desenvolvimento sócio-económico”.

Na visita de trabalho a Beijing, Maleiane faz-se acompanhar pelos ministros das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita; da Indústria e Comércio, Silvino Moreno; vice-ministros do Mar, Águas Interiores e Pescas, Henriques Bongece; da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Olegário Banze; dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Manuel Gonçalves, da Terra e Ambiente, Fernando Bemane de Sousa; dos Transportes e Comunicações, Amilton Alissone; pela Presidente do Instituto Nacional de Gestão de Riscos de Desastres (INGD), Luísa Meque; quadros do Gabinete do Primeiro-Ministro e de outras instituições do Estado.

A Iniciativa “Cinturão e Rota” completa dez anos, desde o seu lançamento pelo presidente chinês Xi Jinping em 2023. O objetivo desta iniciativa é de financiar obras de infraestrutura ao longo de diversas rotas terrestres e marítimas, ligando a China aos seus vizinhos do Sul e Sudeste Asiático, Eurásia, Europa, Oriente Médio e Oeste da África, reunindo inicialmente 65 países.

No âmbito da cooperação mais profunda entre Moçambique e China na construção conjunta do Cinturão e Rota no Fórum de Cooperação China-África (FOCAF), foram projectados e realizados no País iniciativas de grande envergadura como a ponte Maputo-KaTembe, a Estrada Circular de Maputo, o Centro Digital da TVM e o Aeroporto Filipe Jacinto Nyusi em Chongoene.

Como uma nova ampliação do modelo de abertura ao exterior e uma importante medida para a nova rodada da abertura ao exterior, a Iniciativa “Cinturão e Rota” promoveu de forma efectiva a grande integração económica, o grande desenvolvimento interactivo e o grande compartilhamento dos frutos de desenvolvimento e constitui uma ponte de conectividade para o mundo.

A Iniciativa Cinturão e Rota dá continuidade ao espírito da Rota da Seda, que tem como núcleo paz, cooperação, abertura, inclusão, aprendizagem mútua, benefícios mútuos e ganhos compartilhados, e está sempre aberta a todos os países. Nos dez anos, tem se criado cada vez mais sinergia entre a Iniciativa e a Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a União Económica Eurasiática, a Agenda 2063 da União Africana e o Plano Director sobre a Conectividade da ASEAN, entre outras estratégias de desenvolvimento internacionais e regionais. Até junho do ano corrente, a China celebrou mais de 200 documentos de Cinturão e Rota com mais de 150 países e mais de 30 organizações internacionais.

Conectividade em infraestrutura: avanço acelerado

Informações apontam que as  infraestruturas são consideradas  base de conectividade e a área prioritária da cooperação “Cinturão e Rota”. A Ferrovia China-Laos fez com que o Laos se transformasse de um país sem litoral em um país ligado ao exterior por vias terrestres. A Ferrovia Mombasa-Nairóbi contribuiu com mais de 2 pontos percentuais para o crescimento económico local.

Comboios de carga China-Europa abriram um novo canal para transporte terrestre entre a Ásia e a Europa. Um grande número de estradas, pontes e portos entraram em funcionamento. Assim, está cada vez mais maduro o paradigma de conectividade nas quatro dimensões, a saber, a terra, o mar, o ar e o ciberespaço.

Conectividade em comércio: resultados frutíferos

A Iniciativa “Cinturão e Rota” preconiza maior espaço para a cooperação económica e comercial e cria uma autoestrada de prosperidade e benefícios mútuos: o fluxo do comércio dos bens regista um crescimento médio anual de 8.6 por cento; o investimento mútuo ultrapassa US$ 270 mil milhões; os novos contratos abrangem projectos de mais de US$ 1,2 biliões.

Segundo o Banco Mundial, até 2030, a cooperação “Cinturão e Rota” beneficiará o equivalente a mais de US$ 1,6 trilhão para o mundo por ano, que representa 1.3 por cento do PIB do mundo, injectando de maneira constante uma grande força motriz ao desenvolvimento global.

Conectividade em finanças 

A China e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estabeleceram o Centro de Desenvolvimento de Capacidade China-FMI a fim de oferecer apoio intelectual à optimização dos quadros macroeconómicos e financeiros dos países parceiros. O funcionamento eficaz das novas ferramentas, como o Banco de Investimento de Infraestrutura Asiática, os empréstimos especiais de “Cinturão e Rota” ajudam a resolver a dificuldade em obter empréstimos e reduzir o custo do financiamento.

De acordo com um banco de dados da Refinitiv, em meados de 2020, mais de 2.600 projectos a um custo de US$3,7 trilhões estavam vinculados à iniciativa. Com a crise provocada pela pandemia da Covid-19, o volume de novos financiamentos foi reduzido, pois, segundo o Ministério das Relações Exteriores da China, cerca de 20 por cento dos projectos foram seriamente afectados. 

A iniciativa chinesa é a principal forma de financiamento de obras de infraestrutura para a maioria dos países em desenvolvimento, sobretudo os mais pobres. 

A República Popular da China, em tempos, já se tornou um dos principais países de origem de investimentos em Moçambique. Até Junho do ano em curso, o País asiático investiu mais de US$8.5 mil milhões em Moçambique, em sectores como agricultura, energia e recursos minerais, processamento, indústria, e construção de habitações.

Antes da pandemia, em 2019, as relações comerciais entre China e Moçambique situaram-se em US$783 milhões, representando um crescimento na ordem de 10,47 por cento, em relação a 2018. 

O volume das exportações moçambicanas para China atingiu o montante de US$218 milhões em 2019. No sentido inverso, Pequim vendeu à Maputo bens no valor de US$564 milhões.

Em 2018, consta que as trocas comerciais sino-moçambicanas cresceram 10,47 por cento para US$783 milhões. Contudo, a balança comercial é desfavorável para Moçambique, com um saldo negativo de US$346 milhões.

No global, o comércio entre a China e os países lusófonos aumentou 11,99 por cento no período em análise, para cerca de US$46.2 biliões, segundo dados oficiais divulgados pelo Fórum Macau.

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