
A consultoria britânica Capital Economics emitiu uma análise sobre os protestos que ocorrem em Moçambique após as eleições gerais, destacando que, embora os protestos não devam impactar o crescimento econômico no curto prazo, a situação financeira do país poderá ser severamente afetada caso o governo adote uma postura fiscal mais relaxada para atender às demandas populares.
Após o anúncio dos resultados eleitorais pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), declarando a vitória de Daniel Chapo com 70,67% dos votos, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), a capital, Maputo, e outras regiões do País têm sido palco de manifestações. O candidato da oposição, Venâncio Mondlane, que obteve 20,32% dos votos, contestou os resultados e organizou uma greve geral de sete dias a partir de 31 de outubro, com protestos programados para várias cidades, incluindo Maputo.
Segundo a Capital Economics, a situação pode se tornar financeiramente instável se o Governo afrouxar a política fiscal para compensar os impactos económicos das manifestações, como o fechamento temporário de lojas e a paralisação de actividades comerciais em várias regiões. “Qualquer tentativa de compensar o choque económico com uma política fiscal mais frouxa trará à tona preocupações sobre o compromisso de Moçambique em cumprir o programa do FMI,” destacam os analistas, lembrando que a instabilidade política já fez as taxas de juro da dívida soberana aumentarem desde meados de outubro.
Outro ponto crítico abordado pela Capital Economics é o impacto potencial na província de Cabo Delgado, onde estão situadas as maiores reservas de gás natural do País. Uma escalada dos protestos para esta região estratégica pode atrasar ainda mais os projectos de gás, cuja previsão inicial de geração de milhares de empregos e crescimento econômico foi adiada de 2021 para 2027-2028. Desde a suspensão dos investimentos pela TotalEnergies em 2021, o investimento directo estrangeiro despencou de 33% do PIB para 13% em 2023, agravando o déficit de conta corrente, que alcançou 34% do PIB em 2022, e elevando a dívida pública para acima de 90%.
A Ordem dos Advogados de Moçambique manifestou preocupação com o crescente risco de violência, advertindo que “todas as condições estão reunidas para um banho de sangue,” e apelou a um “diálogo genuíno” entre as partes para evitar uma intensificação do conflito social.
O cenário de incertezas exige atenção, pois a perda de receitas esperadas dos investimentos e exportações de gás colocará Moçambique em uma posição difícil para evitar um possível incumprimento soberano, enfatizou a Capital Economics.
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