Preços do petróleo devem registar novo boom após 2035 – Rapidan

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Um futuro marcado por ciclos de expansão

Os preços do petróleo deverão entrar num novo ciclo de expansão a partir de meados da próxima década, impulsionados pelo crescimento contínuo da procura em mercados-chave como a China, conforme prevê a consultora Rapidan Energy Group. Num relatório recente, a empresa alertou para a combinação de uma procura robusta e uma oferta estruturalmente limitada como factores que poderão levar os preços a valores inéditos.

Cenários de longo prazo: Procura robusta e veículos eléctricos

Segundo a Rapidan, o consumo global de petróleo continuará a crescer até 2050, mesmo sob cenários que considerem a rápida adopção de veículos elétricos (EVs). “Os países consumidores mostram-se relutantes em aceitar as desvantagens de uma mudança massiva para EVs”, afirmou a consultora. Na China, o maior mercado global de EVs, a procura por gasolina não apresenta sinais de abrandamento, reforçando a sua posição como motor principal do crescimento no consumo de combustíveis fósseis.

Apesar de avanços tecnológicos e compromissos climáticos, a transição para fontes de energia limpa enfrenta desafios. “As expectativas de um pico na procura global em 2030 estão a recuar”, acrescenta o relatório, que projecta que os preços do petróleo poderão atingir os 150 dólares por barril na ausência de investimentos suficientes em novos projectos de fornecimento.

Impactos no curto prazo: O desafio da oferta abundante
Antes do esperado boom, os produtores de petróleo terão de enfrentar anos desafiantes marcados por preços baixos devido ao excesso de oferta, particularmente em países fora da aliança OPEP+, como os Estados Unidos, Brasil e Guiana. “Os preços do petróleo bruto poderão cair para 55 dólares por barril nos próximos dois a três anos”, prevê a Rapidan.

Esta situação coloca a OPEP+ numa posição difícil, potencialmente obrigando o grupo, liderado pela Arábia Saudita e pela Rússia, a escolher entre sacrificar quotas de mercado ou permitir uma queda adicional nos preços para pressionar concorrentes fora do cartel.

Perspectivas divergentes: O que dizem outros analistas

Outros analistas, incluindo o Vitol Group, o Goldman Sachs e a Agência Internacional de Energia (AIE), apresentam previsões menos optimistas. Estas instituições preveem que a procura por petróleo deixará de crescer ainda nesta década, impulsionada pela mudança gradual no uso de combustíveis fósseis e pela transição energética global.

No entanto, a Rapidan mantém-se confiante de que a capacidade de produção ociosa continuará a diminuir até 2035, colocando pressão adicional sobre o mercado.

Entre desafios e oportunidades
Enquanto o sector petrolífero enfrenta um curto prazo de excesso de oferta e preços baixos, o futuro apresenta-se promissor para os produtores preparados para responder ao aumento da procura. “A realidade de uma oferta estruturalmente limitada, aliada ao crescimento contínuo da procura, garante um ciclo de expansão a partir de 2035”, conclui a Rapidan.

O que é certo é que o equilíbrio entre transição energética e dependência de combustíveis fósseis continuará a definir o mercado petrolífero nas próximas décadas, criando tanto desafios como oportunidades para os intervenientes no sector.

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