GAPI investe 1,4 mil milhões de meticais para fortalecer micro e pequenas empresas

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A Sociedade Financeira de Desenvolvimento Nacional, conhecida como GAPI, investiu 1,4 mil milhões de meticais (cerca de 22 milhões de dólares) no financiamento de 2.642 micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) entre 2020 e 2024, resultando na criação de cerca de 8.753 postos de trabalho.

O Presidente da República, Daniel Chapo, destacou o impacto deste financiamento na inclusão financeira e no desenvolvimento do setor empresarial moçambicano, sublinhando que o apoio às pequenas indústrias não se limita ao crédito, mas exige também capacitação e acompanhamento contínuo.

“Para servir estes segmentos, não basta financiar, é preciso capacitar os clientes e acompanhá-los”, afirmou Chapo, durante o evento que celebrou o 35.º aniversário da GAPI, em Maputo.

Parcerias estratégicas para impulsionar a economia

A GAPI, criada em 1990, foi concebida como um instrumento de apoio às pequenas indústrias no contexto da transição da economia planificada para a economia de mercado. O seu modelo, segundo Chapo, permitiu uma colaboração eficaz com instituições do Governo e organismos internacionais, contribuindo para a viabilização de projetos estratégicos de desenvolvimento.

Entre as iniciativas de destaque, mencionou-se o relançamento da indústria do caju, que foi possível graças à obtenção de um donativo do Fundo Africano de Desenvolvimento no ano 2000.

Além disso, a instituição desempenhou um papel fundamental na recuperação económica após desastres naturais, gerindo linhas de crédito de até 100 mil dólares norte-americanos para apoiar empresas afetadas por cheias e outras calamidades.

Inclusão financeira e novos fundos de apoio às empresas

A agenda da inclusão financeira foi destacada como um dos pilares centrais da atuação da GAPI, sendo considerada uma prioridade no atual ciclo de governação.

Atualmente, 83% dos distritos de Moçambique já possuem pelo menos uma agência bancária, enquanto 92% são cobertos por agentes de moeda eletrónica, facilitando o acesso da população aos serviços financeiros.

Neste sentido, o Governo trabalha na criação e operacionalização de novos fundos financeiros, nomeadamente:

  • Fundo de Reconstrução Económica – Visa promover o acesso equitativo ao crédito, facilitando o crescimento sustentável das empresas moçambicanas.
  • Fundo de Garantia Mútua – Criado para reduzir o risco do crédito empresarial, oferecendo garantias complementares às instituições financeiras e facilitando o financiamento de MPMEs.

A GAPI na reestruturação económica e social

No evento, Lourenço do Rosário, académico e representante dos acionistas da GAPI, destacou que, apesar das pressões internacionais para privatização do parque empresarial nacional, a instituição tem conseguido manter a sua missão de apoiar o desenvolvimento de pequenas e médias empresas.

Criada em 1985, como resultado de uma parceria entre o Governo moçambicano e a Fundação Friedrich Ebert, a GAPI consolidou-se ao longo dos anos como um instrumento essencial na promoção do empreendedorismo, apoiando milhares de negócios em todo o território nacional.

A trajetória da GAPI reafirma o seu papel crucial no desenvolvimento económico do país, impulsionando não só o acesso ao financiamento, mas também a capacitação empresarial e a criação de emprego, aspetos fundamentais para o crescimento sustentável de Moçambique.

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