Governação corporativa, um imperativo para o desenvolvimento empresarial sustentável

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Para Salimo Abdula, PCA do grupo empresarial “Intelec Holdings”, manter os princípios de boa governação corporativa constitui um pilar para o alcance do sucesso continuado e sustentável na actividade empresarial. A ética e transparência, foi oportunamente adoptada na condução de negócios por este empresário, a partir da altura em que percebeu que estes valores no contexto da governança corporativa, são essenciais para o crescimento continuado e sustentável das iniciativas empresariais privadas.

Salimo Abdula, afiançou-nos que, efetivamente, a aposta na ética e na transparência, constitui uma das principais estratégias que o seu grupo empresarial tem utilizado, na medida em que os mesmos propiciam a confiança e a credibilidade, ingredientes cruciais para atrair parcerias e investimentos necessários ao crescimento empresarial.

A realidade do nosso sector empresarial revela que os princípios que orientam a boa governação corporativa, ou seja a transparência e a accountability ou prestação de contas, não estão presentes na maioria das empresas, “por várias razões”, disse, entre elas, os receios de que a exposição associada a transparência tem a tendência de gerar “contravapores” , facto que os empresários, evitam, e, por conseguinte levam-lhes a coarctar estes princípios da governação corporativa na condução dos seus negócios .

“Eu mesmo sofri essas situações, mas a compreensão de que estes valores aplicados na actividade empresarial representam um investimento e um activo estratégico, daí que decidimos persistir mesmo com todos os riscos que isso acarretava, pois estávamos cientes dos benefícios a médio e longo prazo”, disse o empresário, para frisar ainda que “a transparência e a boa governação corporativa é muito importante para o desenvolvimento empresarial porque aumenta a visibilidade e a boa imagem da empresa a nível nacional tanto quanto internacional”.

Sobre os benefícios concretos que obteve pela aposta na governação corporativa, Salimo Abdula, começou por referir que “a Intelec tem optado pela transparência para manter a sua boa reputação e isso permitiu que estabelecesse parcerias internacionais com empresas de grande gabarito”.

A boa governação corporativa é um fator fundamental no alcance de um desenvolvimento empresarial sustentável pois permite que as empresas mantenham uma boa reputação perante os stakeholders e, portanto, ultrapassar dificuldades no acesso a capitais adicionais, assegurar o cumprimento de obrigações aos credores e fornecedores e manter administradores qualificados.

Andando de lado da transparência está o princípio de accountability que tem que ver com a prestação de contas perante os interessados pelo bem da instituição para maximizar os seus ganhos, a prestação de contas tem a ver com o fornecimento de informação tempestiva e compreensiva aos stakeholders.

Em Moçambique a qualidade das práticas de boa governação corporativa medidas através do Índice de governação corporativa (IGOV), apresenta uma evolução lenta, e o maior número de empresas com um índice elevado pertence às empresas de capital estrangeiro. O IGOV é uma métrica da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) que avalia nas empresas públicas as dimensões de propriedade e controlo, transparência e divulgação, composição do conselho de administração e conflito de interesses. No quadro institucional, foi criado, há mais de 10 anos, o Instituto de Directores de Moçambique (IoDmz) com o objectivo de promover o Corporate Governance em Moçambique, mas a instituição caiu no marasmo e tem andado moribunda de um tempo a esta parte.

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