Antevê-se uma aceleração dos investimentos na exploração de gás natural em Moçambique

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Face ao aumento da necessidade de produção de gás natural, perspectiva-se uma aceleração do investimento para a exploração deste recurso numa magnitude que ajude a gerar recursos que suportem a estabilidade macroeconómica de Moçambique. 

Fáusio Mussá – Economista Chefe do Standard Bank

A projecção foi avançada por Fáusio Mussá, economista chefe do Standard Bank, durante a conferência “Investimento em Angola e Moçambique”, promovida, dia 26, em Portugal.

“O gás natural regista uma crescente procura mundial, pelo que é urgente que surjam novos projectos, nomeadamente em Moçambique, para disponibilizar aos restantes países”, afirma Fáusio Mussá, alertando no entanto que, tendo em consideração que a maior parte da população nesta economia vive da agricultura de subsistência, “um crescimento económico mais inclusivo requer o desenvolvimento da agricultura e das cadeias de valor do sector agrícola”.  

“A exploração do gás natural pode ajudar na estabilização macroeconómica de Moçambique, no entanto, é necessário um desenvolvimento harmonioso dos restantes sectores de economia, incluindo agricultura, para um crescimento económico mais inclusivo e sustentável”, defende.

O economista perspectiva um crescimento médio anual de 3,9% da economia moçambicana, entre 2022 e 2025: “O país mantém um potencial elevado de crescimento, no entanto é necessária uma aceleração do investimento em Moçambique para que o Produto Interno Bruto cresça ao nível do seu potencial”, afirma Fáusio Mussá, sublinhando que “o défice de infraestruturas continua a ser uma barreira ao investimento que não pode ser negligenciada”.

“Considerando o limitado espaço fiscal que as economias moçambicana e angolana apresentam, os governos têm considerado as parcerias público-privadas (PPP) como um importante veículo para ajudar a desenvolver infraestruturas de suporte aos projetos de investimento. Estes modelos permitem uma maior participação do sector privado na economia, mas existem áreas e sectores onde o sector privado apresenta um menor interesse em investir”.

O economista chefe avança ainda que “o programa do FMI irá ajudar a acelerar as reformas estruturais, melhorar a transparência e gestão fiscais, incluindo a dívida pública, e encorajar o retorno do apoio direto ao OGE”. 

“A balança de pagamentos continua vulnerável a choques externos, mas deverá melhorar substancialmente à medida que os projectos do sector dos recursos naturais e energéticos avançam”, conclui.

Refira-se que, no painel «Investimento em Moçambique», no qual Fáusio Mussá fez estas declarações, foram abordados, também, os desafios logísticos para as empresas portuguesas com presença em Moçambique, o gás como factor de crescimento da economia moçambicana, as oportunidades ao nível das infraestruturas e a necessidade de investimento em Moçambique.

De um modo geral, a conferência serviu para o Standard Bank mostrar às empresas portuguesas que querem investir no estrangeiro, que Moçambique e Angola são excelentes mercados, dado terem a mesma língua e relações de proximidade com Portugal.

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