
A dívida pública interna cresce 29,4 mil milhões
O endividamento público interno, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se em 248,2 mil milhões de meticais, o que representa um aumento de 29,4 mil milhões em relação a Dezembro de 2021, voltou a alertar o Banco de Mocambique no seu mais recente comunicado do Comité de Politica Monetária (CPMO), o qual indica que a taxa MIMO mantém-se em 15,25%.
O CPMO do Banco de Moçambique indica que a decisão é sustentada pelas perspectivas de desaceleração da inflação para um dígito no médio prazo, decorrente do abrandamento da procura externa e consequente desaceleração dos preços internacionais das mercadorias, num contexto de manutenção da estabilidade cambial. Entretanto, no curto prazo, antecipa-se a continuação do aumento dos preços, a reflectir a repassagem dos elevados custos do petróleo e de alimentos no mercado internacional, para a economia doméstica.
O CPMO argumenta que as perspectivas de inflação apontam para uma contínua aceleração no curto prazo e uma desaceleração no médio prazo
Referia-se que em Junho, a inflação anual acelerou para 10,8%, contra 9,3% em Maio, a reflectir, sobretudo, o aumento dos preços dos bens administrados, com destaque para os combustíveis e transportes. Para o médio prazo, antevê-refere o CPMO, a inflação deverá ser em um dígito, favorecida pela estabilidade do Metical e pelo refreamento dos preços internacionais das mercadorias, em consequência do abrandamento da procura externa.
Os riscos e incertezas associados às projecções de inflação continuam elevados
A nível interno, afirma o CPMO, prevalecem incertezas em relação ao ajustamento dos preços dos bens administrados, com realce para os combustíveis e a magnitude do seu impacto sobre os preços de outros bens e serviços. A nível externo, mantêm-se as incertezas em relação ao prolongamento do conflito geopolítico entre a Rússia e a Ucrânia.
Mantêm-se as perspectivas de recuperação económica em 2022 e 2023, não obstante o abrandamento da procura externa
Relativamente ao crescimento económico, para o curto e médio prazo, mantêm-se as perspectivas de recuperação, sustentadas, principalmente, pela execução dos projectos energéticos em Inhambane e na bacia do Rovuma, e pelo início da exportação do gás liquefeito, num contexto de retoma do programa com o Fundo Monetário Internacional e de ajuda externa de outros parceiros de cooperação.
O.Económico depreende que, fundamentalmente, os pontos que justificam este posicionamento do CPMO, são, designadamente:
- Previsões de desaceleração do nível de inflação para um 1 dígito, no médio prazo, recorrente do abrandamento da procura externa.
- Desaceleração dos preços internacionais das mercadorias, num contexto de manutenção da estabilidade cambial.
- Manutenção das perspetivas de recuperação da economia, sustentada, principalmente, pela execução dos projetos energéticos em Inhambane e na Bácia do Rovuma, e pelo inicio da exportação do Gás Natural Liquefeito (GNL), num contexto de retoma e reforço da ajuda externa dos parceiros de cooperação.
Há que considerar ainda que, prevê-se a continuação do aumento dos preços dos produtos administrados e a repassagem dos elevados custos do petróleo, e dos alimentos no mercado internacional para a economia doméstica. Para além disto, prevalecem os elevados riscos e incertezas associados as projeções de inflação, com destaque aos prováveis ajustamentos (em alta) dos preços dos bens administrados, sobretudo, dos combustíveis.
No entanto, ao que também se pode depreender do comunicado do CPMO, no caso de agravamento dos riscos e incertezas associados as projeções de inflação, o CPMO não hesitará em ajustar em alta a Taxa MIMO, para assegurar, no médio prazo , a inflação em 1 dígito.
De referir que, segundo INE, a inflação homóloga no nosso país foi de 10.81% em Junho, o valor mais alto dos últimos quatro anos e nove meses. Em termos acumulados, desde o inicio do ano, a inflação de 2022 em Moçambique está agora ao nível de 6.44%.













