
África precisa de um tratamento climático mais justo, procura de petróleo no continente deverá aumentar cerca de 80% até 2045
África deve ser tratada de forma justa ao enfrentar os desafios climáticos globais, uma vez que o continente contribui com a menor parte das emissões de gases com efeito de estufa a nível mundial, disse o Secretário-Geral da OPEP, Haitham Al Ghais, falando na conferência “Africa Energy Week”, que decorreu na Cidade do Cabo, o Secretário-Geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) afirmou que a procura de petróleo em África deverá aumentar cerca de 80% até 2045 e que o continente precisa de mais apoio e colaboração.
“Num mundo em que o aeroporto de Heathrow consome mais energia do que a Serra Leoa ou em que dois terços das escolas primárias da África Subsariana não têm acesso à electricidade, o mesmo critério ambiental não deve ser utilizado para comparar regiões em fases de desenvolvimento muito diferentes”, afirmou Al Ghais
África detém cerca de 13% do gás natural e 7% do petróleo do mundo, mas tem o consumo de energia per capita mais baixo do mundo.
“A utilização dos recursos naturais de África, como o petróleo e o gás, ajudará a tornar a energia mais acessível e a aliviar a pobreza energética”, afirmou, uma posição frequentemente repetida pela indústria dos combustíveis fósseis para aumentar a produção de petróleo no continente.
Apesar do seu vasto potencial solar, eólico e de hidrogênio, cerca de 600 milhões de pessoas na África Subsariana vivem sem electricidade e quase mil milhões não têm acesso a energia limpa para cozinhar.
Os especialistas em alterações climáticas salientaram que, nos países africanos com grandes reservas de combustíveis fósseis, as receitas têm enchido sobretudo os cofres das elites políticas corruptas e não têm ajudado a aliviar a pobreza geral ou a pobreza energética. Dizem que a corrupção que acompanha os petrodólares conduz frequentemente a uma pior prestação de serviços básicos.
Em Angola e na Nigéria, os principais produtores de petróleo de África durante décadas, o acesso da população à electricidade em 2021 era de apenas 40% e 57%, respectivamente, segundo dados de 2023 do Banco Mundial.














