
Agronegócio: criador do Mercagro defende literacia digital como forma de melhorar o acesso aos mercados
Empreendedor na área de tecnologias e fundador da plataforma Mercagro, Octávio Queface, defende a literacia digital para o desenvolvimento do agronegócio em Moçambique. Para ele, a formação em uso das plataformas digitais seria uma via para imprimir o desenvolvimento no agronegócio.
O mundo em geral e, particularmente o país, avançam na digitalização das suas economias. Digitalizar a economia tem seus desafios. A disponibilidade de infra-estruturas, a literacia de quem vai usar as ferramentas, são alguns exemplos.
Otácvio Queface desenvolveu a plataforma Mercagro, um mercado digital, com o objectivo de conectar o agricultor ao comprador. É um conceito que permite que os produtores tenham decisão acertada sobre os seus produtos sem o uso de intermediários.
O O.Economico, abordou o jovem empreendedor para perceber como é a digitalização pode contribuir para a evolução do agronegócio. Queface foi categórico ao responder:
“A ideia é ter formação. As tecnologias de informação, as plataformas digitais, vale a pena apostar nelas. Podem trazer algum apoio político para o desenvolvimento apesar de se sentirem pesados. Olhando para a digitalização da agricultura, eu penso que primeiro a digitalização ajuda a quebrar as barreiras geográficas. Estamos num país com sérios problemas de infra-estruturas de estradas, mesmo para o escoamento de produtos etc. Então esta digitalização, vai quebrar essas barreiras geográficas no que diz respeito ao acesso à informação e, a segunda questão, tem a ver com aquilo que é a disponibilidade da informação, acho que é a revolução digital”.

Para Queface a disponibilidade da informação em tempo real, aquilo que chama de “magia da digitalização”, significa “decisão acertada” e, quando aplicada na agricultura, o agricultor fica numa posição de vantagem.
“Um dos principais resultados da revolução digital é a disponibilidade de informação. Um exemplo básico é que um agricultor em Zambézia, digamos sem essas plataformas digitais fica-lhe difícil saber qual é o preço que está a ser praticado, por exemplo, do amendoim em mercados bem próximos, em Quelimane e em Nampula, e essas plataformas digitais, de certa forma, acabam por colmatar esta esta lacuna”.
A palavra de ordem para Octávio Queface é que não se pode evitar a digitalização. Contrariamente fica-se isolado do resto da cadeia.
“Um apelo para todos os agricultores e não só, mas também todos os intervenientes da cadeia de valor do agronegócio. Depois as empresas fornecedoras dos insumos e dos equipamentos, de produtos no geral, assim como as organizações de desenvolvimento que trabalham na área. A nossa opinião é que se juntem a esta comunidade digital que facilita as trocas comerciais no sector do agronegócio, e que penso que saímos todos nós a ganhar”. Aconselhou
Queface, que é também agricultor lançou apelo para que haja investimentos e facilidades no sector onde trabalha.
“A agricultura é um sector chave para Moçambique, mas infelizmente o mesmo está fragmentado. São diversas componentes que eu acho que carecem de atenção. Uma delas é o acesso ao mercado, mas muito antes dela é ter o acesso aos insumos e semente de qualidade. Nos últimos tempos tem se verificado a doação de insumos de qualidade para agricultores, mas penso que ainda há um grande trabalho a se fazer. Fora isso, também temos a questão das grandes mudanças climáticas. O nosso país, pela sua localização é muito refém, digamos, das mudanças climáticas”. Concluiu.
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