• Decorre desde ontem (13/11) a Primeira Conferência Nacional de Qualidade em Maputo.

Com a conferência, o Instituto Nacional de Normalização e Qualidade (INNOQ), com 30 anos de existência, quer mostrar ao país e ao mundo que em Moçambique já existe capacidade institucional para prestar serviços de certificação, calibração, verificação, com vista a protecção do consumidor, mas também discute com o sector privado e outros actores sobre os desafios de certificação.

A propósito da reunião, o Director-Geral do INNOQ, Geraldo Albasini, revelou que do universo de cinco mil, apenas 160 empresas estão certificadas.

“Nós temos cerca de 160 empresas certificadas pelo INNOQ, em sistema de gestão da qualidade e outros sistemas, mas para um universo de cinco mil empresas que existem em Moçambique, este número é uma gota de água no oceano. E isso preocupa-nos de facto, é por isso que estamos a desencadear acções de sensibilização para que as empresas consigam no mínimo usar as normas técnicas nos seus processos de produção e chegar à certificação como a fase mais avançada”.

 Albasini explica que o fracasso das empresas na certificação pode se prender com a falta de informação e a falta da cultura de qualidade das empresas como dos consumidores.

“Porque se eu vou a um supermercado e, só olho para os produtos de menor preço, aqueles de qualidade com elevado preço, não vou comprar e as empresas não vão investir na qualidade enquanto não tivermos a sociedade com a cultura da qualidade elevada e um pouco mais exigente”. 

Investir na qualidade muda tudo na vida do consumidor e das empresas. Diz Albasini.

Geraldo Geraldo Albazini, Director-Geral do INNOQ

“Esse é o esforço que o INNOQ está a fazer. Está a trabalhar com o sector privado para que, mesmo que não se alcance a certificação, mas as empresas comecem a trabalhar usando normas técnicas. A aplicação de normas técnicas no processo produtivo faz com que os produtos sejam fornecidos com segurança e com a qualidade”.

A Agência das Nações Unidas Para o Desenvolvimento Industrial, (UNIDO), é parceira do INNOQ na assistência técnica e capacitação de quadros e fornece equipamentos para elevação da qualidade dos serviços e produtos, e o seu papel no caso em apreço é “criar condições”, tal como diz o seu represente em Moçambique, Jaime Comiche.

“ Quando nós falamos nas intervenções sobre infra-estrutura de qualidade, é precisamente estabelecer os serviços e as capacidades que vão permitir primeiro o público apreciar a qualidade e ter um padrão de referência para saber o que é qualidade, o que não é. E, por outro lado, fazer com que as instituições tenham os mecanismos para controlar os produtos, que são substâncias que estão abaixo dos padrões estabelecidos por lei e pelo mercado”. Afirmou

Sobre a proliferação de produtos contrafeitos e não certificados, Jaime Comiche, diz que é necessário que se crie um ambiente de negócios favorável, que possa criar empregos.

Jaime Comiche é o Representante da UNIDO em Moçambique, (UNIDO-Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial)

“Mesmo que todo o sistema de qualidade esteja montado, se o ambiente de negócios não for favorável aos negócios lícitos, negócios que sejam mais inclusivos e que sejam mais geradores de emprego, vamos ter sempre pessoas à margem da lei, à margem dos negócios oficiais, a tentar tirar vantagem”.

Comiche afirma que os produtos contrafeitos são mais baratos e dão maior margem de lucro mas, este é o problema do modelo económico a ser resolvido de maneira compreensiva. “Por isso, Temos que criar melhores condições para as pequenas e médias empresas se sentirem encorajadas a investir em negócios lícitos e em negócios que geram emprego e pagam impostos”.

No ramo agrícola, a UNIDO está apoiar na implantação de laboratórios para a verificação da qualidade dos alimentos, para verificação da qualidade das sementes e estamos também a treinar as empresas para aprenderem a manusear os produtos de maneira a que eles cheguem ao mercado com qualidade, sem contaminantes e sem problemas para a saúde.

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