
Comunidade internacional reage à violência pós-eleitoral em Moçambique
- EUA e União Europeia apelam ao diálogo, responsabilização e reforma democrática
As eleições gerais de 2024 em Moçambique, realizadas a 9 de outubro, continuam a gerar repercussões significativas, com a comunidade internacional a manifestar preocupação face à violência pós-eleitoral e às denúncias de irregularidades. Os Estados Unidos e a União Europeia (UE) destacaram-se ao emitir declarações públicas que apelam ao diálogo, à responsabilização e à necessidade de reformas para assegurar a transparência e a estabilidade democrática no país.
.EUA exigem paz e justiça
O Governo norte-americano, através do porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, manifestou preocupação com as mortes de manifestantes e as denúncias de irregularidades no processo eleitoral. A declaração sublinhou que os moçambicanos merecem eleições livres de violência e transparentes, que reflictam a verdadeira vontade do povo.
“Os responsáveis pelas violações dos direitos humanos, incluindo o uso excessivo da força pelas forças de segurança, devem ser responsabilizados. Apelamos ao compromisso com reformas sérias para garantir o futuro de Moçambique como uma verdadeira democracia multipartidária”, afirmou Miller.
A proclamação dos resultados pelo Conselho Constitucional, que confirmou Daniel Chapo, do partido Frelimo, como vencedor com 65,17% dos votos, desencadeou uma onda de protestos liderados por Venâncio Mondlane, candidato do Podemos, que obteve 24% dos votos. Desde 21 de outubro, estima-se que mais de 120 pessoas tenham morrido em confrontos violentos.
EU alerta para a gravidade da situação
A União Europeia também expressou profunda preocupação com a “considerável perda de vidas” resultante da crise. Num comunicado oficial, a UE apelou à contenção e responsabilização pelos casos de violação de direitos humanos, reafirmando o seu compromisso em apoiar Moçambique na reforma do sistema eleitoral.
A Missão de Observação Eleitoral da UE identificou irregularidades durante a contagem de votos e instou os órgãos eleitorais a assegurarem maior transparência no processo. A declaração destacou ainda a importância de um diálogo construtivo entre o Governo, a oposição e a sociedade civil para restaurar a confiança da população nas instituições democráticas.
Desafios no caminho para a paz
As manifestações, marcadas por barricadas, pilhagens e confrontos, têm intensificado o caos em cidades como Maputo, onde avenidas foram bloqueadas e estabelecimentos saqueados. Enquanto Daniel Chapo apela à calma e ao diálogo, líderes da oposição, incluindo Ossufo Momade (Renamo) e Lutero Simango (MDM), continuam a contestar os resultados eleitorais.
Perspectivas para o futuro
A crise atual reflecte a necessidade urgente de reformas estruturais para fortalecer a democracia em Moçambique. A pressão da comunidade internacional é um sinal de que o país não está sozinho neste desafio, mas cabe às lideranças moçambicanas priorizar o diálogo e implementar mudanças que possam garantir estabilidade e prosperidade a longo prazo.
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