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Crise em Moçambique ameaça cadeia de logística e impacta economia da África do Sul

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A instabilidade política e social em Moçambique está a gerar consequências devastadoras para a economia da região da África Austral. Segundo a Road Freight Association (RFA), a interrupção das operações logísticas na rota para o Porto de Maputo já custa à economia sul-africana cerca de 10 milhões de rands por dia, incluindo perdas directas e indirectas em sectores como transporte, mineração, agricultura e turismo.

Gavin Kelly, CEO da RFA, alerta para os impactos das manifestações que têm bloqueado estradas, saqueado mercadorias e incendiado camiões. “Os nossos motoristas, camiões e as cargas dos nossos clientes enfrentam ameaças diárias. Este cenário afecta não apenas as operações logísticas, mas também a imagem de negócios em toda a região africana”, afirmou Kelly.

Dependência logística e vulnerabilidade regional

Com a infraestrutura portuária e ferroviária da África do Sul a operar abaixo da sua capacidade, o Porto de Maputo tornou-se vital para diversas indústrias sul-africanas, incluindo o sector mineiro. Contudo, o bloqueio do acesso ao porto devido aos protestos em Moçambique interrompeu a principal rota alternativa, agravando ainda mais os problemas logísticos.

Perdas económicas e humanitárias

A RFA estima que as perdas diárias para o sector de transporte rodoviário rondem os 6 milhões de rands, incluindo danos a veículos, ferimentos a motoristas e saques. Outros 4 milhões de rands são perdidos em sectores adjacentes, afectando a fabricação, serviços, retalho e turismo. Estes custos traduzem-se em desemprego crescente e aumento da insegurança alimentar, enquanto empresas de pequeno e grande porte enfrentam dificuldades para cumprir contratos e sustentar operações.

Kelly traça um paralelo preocupante com a guerra civil que devastou Moçambique na década de 1970, alertando que o agravamento da crise actual pode levar a consequências semelhantes, com interrupção total do comércio, declínio económico e aumento das dificuldades humanitárias.

Apelo à intervenção diplomática

A RFA exorta líderes políticos e instituições regionais a intervirem para restaurar a estabilidade em Moçambique. Kelly defende que apenas um estadista com influência e visão estratégica pode ajudar a mediar a crise, garantindo que o corredor logístico para o Porto de Maputo seja reaberto e protegido.

“Sem uma resolução rápida e eficaz, tanto Moçambique quanto a África do Sul enfrentarão uma crise económica prolongada, com efeitos devastadores em toda a região da SADC”, concluiu Kelly.

Sobre a Road Freight Association

Fundada em 1975, a RFA representa empresas do sector de transporte rodoviário de mercadorias na África do Sul. Actua como órgão de lobby e negociação em temas como segurança rodoviária, infra-estrutura, regulamentação e interesses dos motoristas, promovendo soluções para os desafios enfrentados pelo sector.

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