
Desde 2022 Moçambique Já Exportou 135 Cargas de Gás Natural do Rovuma
ENH contabiliza 118 carregamentos de GNL e 17 de condensados; BP mantém-se principal compradora no âmbito de contrato de 20 anos, enquanto reservas projectam receitas potenciais de 100 mil milhões USD
- Desde 2022, Moçambique realizou 135 carregamentos de gás natural: 118 de GNL e 17 de condensados;
- Principal comprador é a BP, ao abrigo de contrato de 20 anos assinado em 2016;
- Governo pretende massificar distribuição de gás doméstico até 2028;
- Lucros da ENH caíram para 1.737 milhões de meticais no 1.º semestre de 2024, após máximo de 3.580 milhões em 2023;
- Activos da ENH subiram para 28.706 milhões de meticais;
- Três grandes projectos de exploração na Bacia do Rovuma: Coral Sul FLNG (Eni), Mozambique LNG (TotalEnergies) e Rovuma LNG (ExxonMobil);
- Reservas de gás representam receitas potenciais de 100 mil milhões USD, colocando Moçambique como o sexto maior produtor africano.
Moçambique já exportou 135 cargas de gás natural desde 2022, revelou a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH). A maioria corresponde a gás natural liquefeito (GNL) produzido a partir da Bacia do Rovuma, no Norte do país, consolidando o papel de Moçambique como actor emergente no mercado global de energia.
Segundo a directora da ENH, Mónica Juvane, os carregamentos iniciaram-se em 2022, dos quais 118 de GNL e 17 de condensados. O principal comprador continua a ser a petrolífera britânica BP, que firmou com a ENH, em 2016, um contrato de longo prazo válido por 20 anos.
A dirigente explicou que, paralelamente às exportações, o Governo pretende massificar a distribuição de gás doméstico até 2028, através da instalação de um sistema de canalização para residências, com vista a dinamizar a transição energética nacional.
Em termos financeiros, a ENH registou lucros de 3.580 milhões de meticais em 2023, valor sete vezes superior ao do ano anterior, mas no primeiro semestre de 2024 os resultados caíram para 1.737 milhões de meticais. Apesar da quebra, o balanço anual de 2024 indica que os activos da empresa cresceram para 28.706 milhões de meticais, enquanto o passivo subiu ligeiramente para 8.918 milhões de meticais.
A ENH, com capital social de 749 milhões de meticais subscrito pelo Estado, participa em todas as fases da cadeia de valor petrolífera, desde prospecção à comercialização, incluindo importação e exportação. Criada em 1981, a empresa continua a ser um pilar central da estratégia energética de Moçambique.
A dimensão dos projectos do Rovuma
Moçambique possui três grandes projectos aprovados para a exploração de gás natural na Bacia do Rovuma, ao largo da costa de Cabo Delgado:
- Coral Sul FLNG (Área 4) – já em produção, operado pela italiana Eni, pioneiro em águas ultraprofundas;
- Mozambique LNG (Área 1) – liderado pela TotalEnergies, com capacidade de até 43 milhões de toneladas/ano, actualmente suspenso mas com perspectiva de retoma;
- Rovuma LNG (Área 4) – liderado pela ExxonMobil, com capacidade prevista de 18 milhões de toneladas/ano, em fase de desenvolvimento.
Segundo a consultora Deloitte, as reservas moçambicanas de gás representam receitas potenciais de 100 mil milhões de dólares, destacando o papel de Moçambique na transição energética global. Com uma produção estimada de 5,4 milhões de metros cúbicos de gás por dia, o país já figura entre os seis maiores produtores africanos.
Perspectivas
A médio prazo, o desafio para Moçambique será transformar os recursos em desenvolvimento inclusivo, equilibrando receitas de exportação com a necessidade de industrialização local. A aposta em projetos de distribuição doméstica, associada à retoma plena dos megaprojetos, será determinante para garantir que o gás do Rovuma se traduza em benefícios tangíveis para a economia nacional e para as comunidades.
- Alumínio transaciona entre 2.600 e 2.620 USD por tonelada nos mercados internacionais;
- Preço subiu 3,18% em Julho face a Junho e 10,95% em termos anuais;
- Prémios físicos nos EUA caíram após expectativas de revisão das tarifas de importação (50%);
- Analistas projectam subida dos prémios para 78 cêntimos/lb até final de 2025 e 87 cêntimos/lb em 2026;
- Moçambique pode captar oportunidades com projectos industriais em curso, como a Green Energy Moçambique e a Mozal, ampliando valor acrescentado à exportação.
O preço do alumínio mantém-se acima da fasquia dos 2.600 dólares por tonelada nos principais mercados internacionais, sustentado por uma procura industrial consistente e pelas expectativas em torno da política comercial dos Estados Unidos. A trajectória ascendente da cotação, que acumula quase 11% de valorização anual, pode trazer impactos relevantes para países produtores e exportadores de alumínio ou ligados à cadeia de valor, como Moçambique.
Na London Metal Exchange (LME), o alumínio fechou a última sessão em 2.615,50 USD/ton, enquanto o Investing.com reportou 2.620,15 USD/ton e o Markets Insider fixou 2.615,10 USD/ton. Dados do World Bank indicam que, em Julho, o metal cotava 2.606,37 USD/ton, sinalizando uma trajectória de recuperação consistente.
Nos Estados Unidos, os prémios físicos de entrega (Comex) recuaram após a especulação sobre uma possível redução das tarifas de importação de 50%. Ainda assim, a consultora Harbor Aluminum prevê que estes prémios retomem a subida, alcançando 78 cêntimos/lb até ao final de 2025 e 87 cêntimos/lb em 2026.
Entre os factores que influenciam o mercado estão:
- A procura industrial global, particularmente no sector da construção e automóvel, que mantém níveis elevados;
- A política comercial norte-americana, com debates sobre a revisão das tarifas ao alumínio importado;
- A oferta ajustada, marcada por restrições energéticas em alguns centros produtores, que têm limitado a produção de alumínio primário.
Impacto para Moçambique
Moçambique, que já é um actor relevante na produção de alumínio através da Mozal, observa com interesse esta valorização. Além disso, novos projectos industriais, como a Green Energy Moçambique, com parque industrial em Sofala destinado ao processamento de minerais (incluindo alumínio), podem reforçar o posicionamento do país na cadeia global de valor.
O aumento sustentado do preço do alumínio abre espaço para melhorias na balança comercial, incremento de receitas fiscais e atração de novos investimentos em processamento local, em linha com os objectivos de diversificação económica defendidos pelo Governo.
No entanto, os analistas alertam que a volatilidade associada às tarifas e à geopolítica pode introduzir riscos. Qualquer recuo na procura chinesa ou atraso na revisão das tarifas norte-americanas poderá travar a valorização em curso.
Para Moçambique, o desafio passa por consolidar a industrialização, aproveitar o momento favorável de preços e garantir que os projectos em curso resultem em valor acrescentado local, criação de emprego e aumento das exportações.
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