
Dólar recupera ligeiramente após semana volátil marcada por recuos e avanços de Trump
- Declarações contraditórias sobre a Fed e negociações comerciais com a China deixam investidores desconcertados, mas evitam quinta semana consecutiva de perdas
Num cenário marcado por mensagens contraditórias da Casa Branca sobre política monetária e comércio externo, o dólar conseguiu registar uma ligeira valorização semanal, pondo fim a quatro semanas consecutivas de perdas. Os mercados mantêm-se em alerta face ao posicionamento errático de Donald Trump em relação à Reserva Federal e à guerra comercial com a China.
Destaques
- Dólar sobe 0,27% na semana, recuperando de perdas anteriores;
- Trump ameaça despedir presidente da Fed, mas recua no dia seguinte;
- Casa Branca contradiz-se sobre negociações com Pequim;
- Avanços tímidos nas conversações comerciais com Japão e Coreia do Sul;
- Investidores receiam nova escalada de incerteza cambial;
- Banco do Japão reafirma intenção de subir juros se inflação justificar.
O dólar norte-americano terminou a semana em ligeira alta, subindo 0,27% no índice cambial que o compara a seis moedas de referência, encerrando um ciclo de quatro semanas consecutivas de desvalorizações. O movimento acontece numa semana dominada por sinais contraditórios vindos do presidente dos EUA, Donald Trump, cujas declarações continuam a introduzir um elevado grau de incerteza nos mercados globais.
Na segunda-feira, o dólar afundou 1% após Trump ameaçar publicamente demitir o presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, por este não cortar os juros com a rapidez desejada. No dia seguinte, Trump negou qualquer intenção de o substituir, gerando uma inversão no mercado cambial, com o dólar a recuperar 1,5%.
A instabilidade política foi agravada por declarações desencontradas sobre o relacionamento com a China. Enquanto Pequim afirmou que não estão em curso quaisquer negociações comerciais, Trump insistiu que conversações directas estão a acontecer. Esta contradição voltou a penalizar o dólar no meio da semana.
Apesar do ruído em torno da China, Washington parece estar a fazer progressos nas negociações com aliados asiáticos. A Coreia do Sul e o Japão iniciaram rondas técnicas que podem culminar numa revisão das tarifas bilaterais. Analistas da Mizuho sublinham que, caso haja sinais de flexibilização tarifária, o dólar poderá subir novamente, podendo atingir os 145 ienes.
Ainda assim, o nervosismo persiste. Como referiu um analista, “se até com o Japão, aliado estratégico, as negociações forem difíceis, imagine-se com a China”.
Do lado japonês, o governador do Banco do Japão, Kazuo Ueda, reafirmou o compromisso com a normalização monetária caso a inflação convirja para a meta de 2%, alertando, porém, para os impactos potenciais das tarifas dos EUA.
Com os mercados em modo de vigilância, até mesmo criptomoedas como o Bitcoin registaram ligeiras subidas, negociando perto dos 94.220 dólares, o valor mais alto desde o início de Março.
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