EUA asseguram acesso preferencial a minerais da Ucrânia em novo acordo promovido por Trump

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  • Acordo sela compromisso de Washington com a reconstrução ucraniana e reforça posição estratégica dos EUA na corrida global por minerais críticos

Os Estados Unidos e a Ucrânia assinaram esta quarta-feira, em Washington, um acordo de cooperação mineral e de reconstrução, que garante aos norte-americanos acesso preferencial a novos contratos mineiros ucranianos. O entendimento, impulsionado pessoalmente pelo Presidente Donald Trump, procura também consolidar o apoio dos EUA à defesa e à recuperação económica da Ucrânia, no contexto da guerra em curso com a Rússia.

O acordo estabelece um fundo conjunto de investimento para a reconstrução da Ucrânia e visa, segundo os seus promotores, reconhecer o contributo financeiro e militar dos Estados Unidos desde o início da invasão russa em 2022, que já ultrapassou 64 mil milhões de euros em assistência, segundo o Instituto Kiel, da Alemanha.

Assinado pela Primeira Vice-Primeira-Ministra da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, e pelo Secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, o pacto simboliza uma tentativa de Trump para reconfigurar as relações bilaterais, que haviam sido tensionadas após a sua chegada à Casa Branca, em Janeiro.

Secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, e Primeira Vice-Primeira-Ministra da Ucrânia, Yulia Svyrydenko

A nova parceria mineral é vista como uma estratégia de compensação, face à narrativa persistente de Trump de que “os EUA devem obter algo em troca da ajuda prestada”. O foco nos minerais raros e estratégicos reflecte a crescente disputa geoeconómica pelo controlo de recursos fundamentais para a transição energética e a indústria de alta tecnologia.

Segundo Svyrydenko, o acordo poderá incluir, para além de contribuições financeiras directas, novo apoio militar, como sistemas de defesa aérea, embora tal possibilidade não tenha sido formalmente confirmada por Washington.

A assinatura do acordo foi antecedida por meses de negociações delicadas, incluindo um impasse de última hora, o que reflecte tanto a sensibilidade política como os interesses económicos em jogo.

Com a assinatura deste pacto, os EUA procuram garantir prioridade no acesso a jazidas ucranianas de terras raras, ao mesmo tempo que reforçam o seu papel na arquitectura de reconstrução pós-conflito e limitam a penetração de actores como a China no espaço económico ucraniano.

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