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  • Campanha 2024-2025 projecta a produção de 160 mil toneladas, destacando a importância da castanha de caju no pacote de exportações agrícolas do país.

A exportação da castanha de caju moçambicana foi oficialmente lançada para a campanha 2024-2025, com a aprovação dos preços de referência pelo Instituto de Amêndoas de Moçambique (IAM). O anúncio foi feito durante a II Sessão do Comité de Amêndoas, realizada em Maputo sob a liderança do Director-Geral, Ilídio Bande. Apesar de uma queda nas exportações no primeiro trimestre de 2024, devido a condições climáticas adversas, a campanha actual apresenta expectativas promissoras, com uma produção projetada de 160 mil toneladas. A castanha de caju reafirma, assim, o seu papel estratégico como uma das principais exportações agrícolas do país.

A castanha de caju é uma das maiores exportações agrícolas de Moçambique, ao lado de produtos como o tabaco, algodão e açúcar. Esta cultura não apenas gera receitas significativas, mas também desempenha um papel essencial no fortalecimento da economia rural e na subsistência de milhares de famílias, especialmente nas regiões norte e centro do país, como Nampula, Zambézia, Gaza e Inhambane.

Embora a sua contribuição percentual às exportações totais seja superada por sectores como o gás natural e os minerais, o caju destaca-se pela sua relevância socioeconómica, fomentando o emprego e a inclusão económica em comunidades vulneráveis.

Os principais destinos da castanha moçambicana incluem Índia, Vietname, Estados Unidos, Países Baixos e China. Estes mercados garantem a entrada de divisas para o país, sendo essenciais para o equilíbrio das contas externas. Contudo, o sector enfrenta desafios, como a dependência de mercados externos específicos, a necessidade de modernização da cadeia de valor e o impacto de eventos climáticos extremos.

Preços de Referência e dinâmica da campanha 2024-2025

Os preços de referência aprovados para a presente campanha variam entre 1.339 dólares por tonelada para a qualidade “out turn de 44 lbs” e 1.613 dólares para “out turn de 53 lbs”. Para o IAM estes preços propiciam uma maior competitividade ao produto no mercado internacional.

Além disso, o preço de referência para a venda da castanha em bruto junto aos produtores foi fixado em 45,00 meticais por quilograma, um aumento de 10 meticais em relação à safra passada. Esta valorização, de acordo com o IAM, busca incentivar os produtores e mitigar os impactos económicos causados pelas condições climáticas desfavoráveis registadas nos últimos anos.

Impacto climático e desempenho recente das exportações

O desempenho das exportações de castanha de caju foi impactado por ciclones e chuvas intensas que afectaram as províncias de Gaza, Inhambane, Manica e Sofala entre Dezembro de 2023 e Março de 2024. Segundo o Banco de Moçambique, estas condições adversas contribuíram para uma redução de 32,6% nas exportações no primeiro trimestre de 2024, totalizando 2,1 mil milhões de meticais, em comparação aos 3,4 mil milhões no mesmo período de 2023.

Apesar da queda recente, o sector tem demonstrado resiliência, com esforços contínuos para aumentar a produção e diversificar os mercados. No primeiro trimestre de 2022, as exportações de castanha registaram 2,5 mil milhões de meticais, e em 2023 alcançaram 3,4 mil milhões, mostrando um potencial de recuperação constante.

Perspectivas para o futuro

Com uma produção estimada de 160 mil toneladas para a presente safra, o sector de castanha de caju busca recuperar o desempenho das exportações e consolidar Moçambique como um dos principais fornecedores globais. Para tal, de acordo com os operadores do sector, é essencial investir na diversificação de mercados, incentivar o processamento local e reforçar a resiliência climática, garantindo a competitividade do sector no longo prazo.

Com efeito, a abertura da campanha de exportação da castanha de caju 2024-2025 reafirma o valor estratégico desta cultura para Moçambique. Apesar dos desafios climáticos e estruturais, a castanha de caju continua a desempenhar um papel crucial na economia agrícola do país, contribuindo para a geração de divisas e o desenvolvimento económico rural. A aposta no fortalecimento da cadeia de valor e na diversificação de mercados será fundamental para o crescimento sustentável do sector.

Fatos sobre a Campanha de Castanha de Caju 2024-2025

  • Preços de Referência: 1.339 a 1.613 dólares por tonelada.
  • Produção Estimada: 160 mil toneladas.
  • Preço ao Produtor: 45,00 meticais por quilograma.
  • Principais Destinos: Índia, Vietname, EUA, Países Baixos e China.
  • Impacto Climático: Redução de 32,6% nas exportações no primeiro trimestre de 202
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