Lançado sistema para facilitar pagamentos em África
_ Afreximbank disponibiliza 3 mil milhões para assegurar o funcionamento do mecanismo financeiro
Após um teste piloto bem-sucedido na Zona Monetária da África Ocidental (ZMAO), o Sistema Pan-Africano de Pagamentos e Liquidação (PAPSS, na sigla inglesa) foi lançado oficialmente na semana finda, 13/01, em Accra, Gana, em um evento virtual intitulado “Conectando Pagamentos, Acelerando o Comércio da África”.
Trata-se de um mecanismo financeiro que permite trocas comerciais entre países africanos na mesma moeda. Fundamentalmente, uma infra-estrutura financeira que permite pagamentos automáticos usando duas moedas diferentes em dois países, dispensando a conversão de moedas locais em divisas graças aos pagamentos rápidos da plataforma.
O PAPSS tem o potencial de reduzir o tempo de transação para segundos, removendo um grande impedimento para o crescimento do comércio eletrónico intra-africano, serviços e comércio de bens. A tecnologia verifica o cumprimento, legalidade e punições em tempo real.
Os potenciais ganhos são enormes, não só em termos economia de tempo mas também no que refere a redução dos custos de transacções ao nível da região. Com efeito, devido a diversidade de moedas entre os países africanos, cerca de 42 moedas nacionais, e acesso limitado a moedas internacionais (como o dólar e o euro), os custos de transacção das trocas comerciais no continente ascendem aos 5 mil milhões de dólares por ano e os pagamentos intra-regionais levam de 2 a 14 dias, segundo informações avançadas pelo presidente do Afreximbank, Benedict Oramah, que lançou a iniciativa em conjunto com a União Africana.
_Assegurados 3 mil milhões para apoiar o sistema
Para assegurar o funcionamento do sistema, o Afreximbank disponibilizou 3 mil milhões de dólares num instrumento financeiro que bancos centrais africanos deverão aplicar para garantir a estabilidade e a previsibilidade nos fluxos financeiros.
O anúncio foi feito pelo presidente da instituição multilateral de financiamento do comércio pan-africana no âmbito do lançamento da plataforma, adiantando igualmente que pretende estabelecer relações com pelo menos 500 bancos africanos, fornecendo-lhes linhas de crédito de quase US$ 8 mil milhões para facilitar transações comerciais com o sistema.
“Isso representará a maior relação bancária já forjada por uma instituição financeira do continente. Actualmente, o banco integrou mais de 480 bancos”, observou. Uma iniciativa que, para Benedict Oramah , representa um “marco” e mais um passo para restaurar a dignidade dos africanos, tornando os pagamentos mais eficazes e fortalecendo as moedas africanas. (OE)
