Linhas de crédito Covid-19: Já foram injectados na economia mais de 800 milhões de meticais em três meses

Linhas de crédito Covid-19: Já foram injectados na economia mais de 800 milhões de meticais em três meses

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O Banco Nacional de Investimentos (BNI) já desembolsou mais de 800 milhões de meticais, cerca de 50% do montante disponível, no âmbito das linhas de crédito lançadas a 01 de Julho do presente ano como uma das medidas adpotadas para mitigação dos impactos da COVID-19 no sector produtivo moçambicano.

Falando numa conferência de imprensa, realizada esta segunda-feira (21),  no quadro da prestação de contas relativamente ao desempenho das linhas de crédito, Tomás Matola, Presidente da Comissão Executiva (PCE) do BNI, fez notar ter se verificado um certo atraso nos desembolsos devido a morosidade na apresentação de documentos para os processos de contratação e formalização de garantias, acrescentando que estes processos dependem em grande medida da flexibilidade dos proponentes na apresentação da documentação necessária.

De acordo com as informações divulgadas, a instituição recebeu cerca de 1.058 propostas de todo o país, que no seu todo representam uma demanda de cerca de 11,1 mil milhões de meticais contra os 1,6 mil milhões de meticais disponíveis, correspondentes a 10% do total das necessidades. A demanda pelas linhas de crédito superou o montante disponível em mais de 9,5 mil milhões de meticais, isto é, a demanda esteve acima do montante disponível em cerca de 600%.

Os dados do BNI detalham que, das 1.058 propostas, 585 (55%) são da zona sul, 293 (28%) são da zona centro e 180 (17%) são da zona norte, o que significa que as zonas centro e norte representam cerca de 45% das propostas submetidas desde o início do processo.  

Das propostas submetidas, apenas 224 foram aprovadas (21% do total), das quais 107 (48%) são da zona sul,  71 (32%) são da zona centro, e 46 (20%) são da zona norte, sendo que a maior aprovação de propostas é do sector de comércio, que representa 29% do total ao nível nacional.  Em termos de montantes, as propostas aprovadas representam cerca de 1,6 mil milhões de meticais, sendo que cerca de 866 milhões são da zona sul, 484 milhões são da zona centro e 250 milhões são da zona norte.

Do universo das propostas submetidas, apenas 21% foram aprovadas, sendo que as restantes não obedeciam os critérios de elegibilidade.  Em termos gerais, os factores que estiveram por detrás da reprovação das propostas  estão relacionados a falta de escrituração mercantil organizada, ausência de garantias, problemas com o fisco, créditos mal parados, falta de documentação, entre outros.

 

Ausência de garantias limita acesso ao financiamento…

A ausência de garantias constituiu um dos factores que mais contribuiu para a reprovação das propostas, limitando o acesso ao financiamento. Se por um lado algumas empresas não tinham activos para servir de colateral ao financiamento, por outro, havia empresas que mesmo com activos não eram elegíveis por falta de documentação. “Muitas empresas têm activos para dar como garantias só que não tem documentos.”, referiu Matola. Esta situação acabou condicionando até o desembolso de fundos para projectos que já haviam sido aprovados. “Nós criamos todos tipos de facilidades, mas para nós a garantia é extremamente importante para assegurar que temos um instrumento que nos vai permitir fazer as cobranças”, explicou.

A mitigação deste problema exigiu a intervenção pontual das seguradoras para garantir que algumas empresas que não cumprissem com os requisitos em termos de exigência de colateral pudessem ainda assim beneficiar dos fundos das linhas, através do recurso ao seguro da garantia.

 

 

 

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