
Manifestações violentas custam 24,9 mil milhões ao PIB: CTA apela a adopção de medidas urgentes
As manifestações violentas registadas em Moçambique resultaram em perdas significativas para a economia do país, estimadas em 24,9 mil milhões de meticais, equivalente a 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Este impacto, destacado durante a XVII Edição do Economic Briefing, realizado pela Confederação das Associações Económicas (CTA), evidencia as graves consequências económicas da instabilidade política e social. De acordo com o Presidente da CTA, Agostinho Vuma, “estas perdas sublinham a necessidade urgente de acções concertadas entre o Governo e o sector privado para estabilizar o ambiente de negócios e recuperar a confiança dos investidores”.
Impactos nos sectores económicos
Os sectores de comércio, transporte, logística e turismo foram os mais afectados, acumulando 70% das perdas globais. Estas indústrias, que desempenham um papel essencial na geração de emprego e no dinamismo económico, enfrentam agora desafios acrescidos para recuperar a normalidade. As interrupções nas cadeias de abastecimento, o encerramento temporário de empresas e a retração da actividade turística colocam em risco a meta de crescimento económico de 5,5% prevista para o ano. “A extensão dos impactos nestes sectores mostra como a economia real está vulnerável às perturbações sociais”, afirmou Agostinho Vuma.
Propostas da CTA para mitigar os impactos
Para mitigar os efeitos destas perdas, a CTA apresentou um conjunto de medidas urgentes destinadas a restaurar a confiança dos agentes económicos e impulsionar a recuperação:
- Isenção de IVA em Produtos Básicos: A CTA propõe a eliminação temporária do IVA em bens essenciais para aliviar os custos sobre as famílias e estimular a procura interna;
- Moratórias Fiscais e Flexibilização Monetária: Recomenda-se a implementação de moratórias fiscais para as empresas mais afectadas e a redução da taxa MIMO, como forma de estimular o crédito ao sector privado;
- Segurança e Circulação de Bens: A CTA sublinha a importância de reforçar a segurança pública para garantir a livre circulação de bens e pessoas, especialmente em zonas afectadas por bloqueios.
O Presidente da CTA destacou que “estas medidas são cruciais para que as empresas possam manter as suas operações e contribuir para a recuperação económica do país”.
Lembranças de gestão de crises passadas
O evento também serviu para recordar experiências de colaboração entre o Governo e o sector privado na gestão de crises anteriores, como os ciclones Idai e Kenneth e a pandemia de COVID-19. “A história recente mostra que, com um diálogo inclusivo e acções coordenadas, é possível superar desafios complexos”, sublinhou Agostinho Vuma. Estas experiências reforçam a necessidade de uma abordagem integrada e concertada para lidar com os desafios actuais e evitar danos mais profundos à economia nacional.
Perspectivas futuras
A recuperação económica de Moçambique dependerá de uma resposta coordenada entre o Governo e o sector privado. As medidas propostas pela CTA visam criar um ambiente favorável à recuperação, mas a estabilidade política e social será essencial para atrair investimentos e assegurar a continuidade das actividades empresariais. Agostinho Vuma enfatizou que “a implementação imediata destas acções poderá não apenas mitigar os impactos económicos das manifestações, mas também fortalecer a resiliência do tecido empresarial para enfrentar futuros desafios”. Num momento de crise, a capacidade de agir rapidamente poderá determinar a trajectória económica do país nos próximos anos.
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