Marrakech: Moçambique reitera aceleração do crescimento económico para 7% em 2023, com a média para o período 2024-2025 a situar-se em 5-7%

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  • Moçambique partilha as perspectivas económicas Macrofiscais e Monetárias

            com Investidores do Sistema Financeiro

A margem das reuniões anuais do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional que decorrem em Marrakech, Marrocos, Silvina de Abreu, Administradora do Banco de Moçambique e Enilde Sarmento, Directora Nacional de Estudos e Políticas de Desenvolvimento no MEF, partilharam os desenvolvimento mais recentes sobre os indicadores macroeconómicos do país, métricas importantes para a tomada de decisões de investidores internacionais.

Falando na sessão, Enilde Sarmento - Directora Nacional - Minsiterio de Economia e Financas, fez saber que a economia moçambicana está numa trajetória firme de recuperação

Prevê-se que o crescimento real do PIB acelere para 7,0% em 2023, contra 4,1% em 2022, frisando que esta trajectória decrescimento continuará no curto prazo – com uma média de 5-7% em 2024-2025.

Em termos de inflação as expectativas estão bem ancoradas e prevê-se que atinjam8,0% em 2023, contra 10,3% em 2022, e que atinjam 6,0% em 2024. Factores como um ambiente de taxas de câmbio estáveis, potenciais descidas dos preços internacionais dos produtos de base (principalmente dos combustíveis) e políticas monetárias eficazes contribuem para esta tendência descendente.

Em termos macrofiscais, Enilde Sarmento frisou o facto de o Governo de Moçambique continuar a implementar medidas de política tributária com vista ao alargamento da base tributaria (reformas IVA, ICE); consolidação da implantação do diploma sobre o preços de referência do produto mineiro e outras medidas que visam a prossecução doobjectivo de consolidação fiscal.

Foram ainda partilhados números sobre a sustentabilidade da dívida pública tendo dito que em 2022 a dívida do Governo Central cifrou-se em $ 14.4 mil milhões, tendo a A dívida interna atingiu $4,4 mil milhões, representando um peso de 30% do total. “Para fazer face a tendência expansionista das taxas de juro, o Governo vai implementar reformas, tais como a dinamização de investidores institucionais (Seguradoras e Fundos de pensões) no mercado primário de títulos mobiliários, com destaque para Obrigações de Tesouro, com vista a criar maior previsibilidade de liquidez no mercado e a alargar o período de maturidade, desconcentrando assim a pressão sobre a tesouraria do país”, disse Sarmento.

Por sua vez, Silvina de Abreu, Administradora do Banco de Moçambique em complemento frisou o facto de o País, por via do Banco Central, objectivar uma inflação baixa e estável.

Nessa perspectiva, o Banco de Moçambique está a gerir proactivamente o seu principal instrumento de política monetária, a taxa de juro denominada MIMO, que situa-se agora no patamar dos 17,25%. Sublinhou ainda ao facto de a taxa de câmbio ser estável, num contexto em que a cobertura das importações de bens e serviços, excluindo mega projectos, é de cerca de quatro meses.

Adicionalmente fez saber que o défice da balança corrente melhorou para 78% em Junho de 2023, face ao mesmo período de 2022, impulsionado essencialmente pelo desempenho positivo da balança comercial de bens e serviços.

A Administradora do Banco de Moçambique disse aos investidores que o sector financeiro moçambicano permanece sólido e bem capitalizado, com o rácio de solvabilidade fixado em 24,0% em agosto de 2023, equivalente a 12,0 pontos percentuais acima do mínimo regulamentar.

Garantiu Silvina de Abreu que existe o compromisso do Banco de Moçambique em continuar a implementar reformas estruturais, o que contribui para a melhoria do ambiente de negócios. Nesse domínio, destacou a nova regulamentação da Lei Cambial que visa facilitar as entradas e saídas financeiras para investimentos e outras operações, introduzindo o princípio da abertura gradual da conta de capitais e harmonizando os diferentes regimes especiais do sector do petróleo e gás.

Referiu-se ainda ao sistema nacional de pagamentos que está sendo continuamente modernizado e digitalizado, a fim de fortalecer sua integridade, rapidez e transparência. 

Do lado dos investidores, houve interesse, dentre outros,  em saber um pouco mais estratégia de emissão de títulos do Governo; o reinício do projecto da Total Energies na Bacia do Rovuma (GNL); taxas de juro e Reservas Internacionais Líquidas No que se refere ao reinício da Total Energies foi esclarecido que está ainda em curso as conversações com a empresa no sentido de retoma ainda em 2023 uma vez estarem criadas as condições de segurança no terreno.

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