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Matéria prima deve ser processada localmente – Filipe Nyusi

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O Presidente da República Filipe Nyusi  voltou a enfatizar o que tem dito ultimamente, sobre a maximização da exploração dos recursos naturais do País, desta vez, manifestou o desejo de ver as empresas italianas que operam em Moçambique a processarem internamente a matérias-primas para assegurar emprego, sobretudo para os jovens.

De acordo com o chefe do Estado, esta é a filosofia que o país está a adoptar para melhorar a cadeia de valor dos recursos naturais extraídos em Moçambique.

Nyusi fez este pronunciamento, em Maputo, numa declaração conjunta à imprensa com a Primeira-ministra da Itália Giogia Meloni, que efectuou uma visita de um dia ao país.

Para o efeito, segundo o Presidente, as empresas italianas devem capacitar as nacionais de modo a evoluírem para a transformação da matéria-prima dentro do país, principalmente o gás natural em gás doméstico.

Referiu que o encontro no encontro com a governante italiana aprofundou também as relações entre os dois Estados, com vista a dinamização da diplomacia económica e partilha da agenda nacional dos dois países.

Filipe Nyusi recordou que Moçambique está no mapa dos exportadores do gás natural liquefeito, por força de um consórcio italiano.

Aliás, segundo o Chefe do Estado nas conversações que manteve com a
governante italiana foi reiteirado o interesse na área de energia,
particularmente o gás natural, para suprir o défice na Europa.
“Encorajamos a presença de empresas italianas em Moçambique, não só no
gás, mas também na agricultura, turismo e pesca”. Acrescentou.

primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni,
Primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni

“Concordamos com o Presidente de Moçambique que os campos descobertos ao largo da costa norte são uma enorme oportunidade para o desenvolvimento desta nação e também para fortalecer o nosso relacionamento”, disse Meloni

Estima-se que o campo de gás localizado na bacia offshore do Rovuma, em Moçambique, contenha 500 mil milhões de metros cúbicos de gás natural. A Eni – que está presente em Moçambique como operadora de uma plataforma flutuante de gás natural liquefeito (GNL) – espera chegar a uma decisão final de investimento no seu segundo projecto do género até ao final de Junho do próximo ano, disseram à Reuters duas fontes directamente envolvidas no projecto.

“A Europa tem um problema de abastecimento de energia, enquanto a África é potencialmente um grande produtor de energia. Se juntarmos as duas coisas, poderemos construir um futuro diferente de cooperação entre os nossos continentes em matéria de energia, mas também em matéria de matérias-primas”, disse a Primeira-ministra.

Para além dos recursos naturais e energia, a governante italiana reafirmou que Moçambique pode receber o know-how e equipamentos que vão ajudar as empresas agrícolas a crescerem e serem mais competitivas a nível internacional.

Entretanto, Meloni debateu com o Presidente da República temas de interesse de África e de Moçambique, em particular, para serem abordados na Cimeira Itália -África, prevista para janeiro do próximo ano.

Em relação ao terrorismo, a governante italiana reafirmou o compromisso do seu país em continuar a apoiar a missão da União Europeia no combate ao fenómeno, através do treinamento das Forças de Defesa e Segurança.

Moçambique tem sido um importante parceiro da Itália no continente africano em termos de cooperação económica e comercial. 

Em 2022 a Itália destacou-se entre os principais investidores europeus em Moçambique, com cerca de US$55 milhões, segundo dados do Banco de Moçambique, registando um decréscimo face a 2021, ano em que o investimento italiano ascendeu a US$200 milhões.

No que ao comércio bilateral diz  respeito, as taxas ainda são relativamente baixas e em 2022 atingiu os 915 milhões de euros, registando um aumento acentuado face a 2021 (mais de 90 por cento. 

As importações de Moçambique mais do que duplicaram ( mais 113 por cento), atingindo mais de 860 milhões de euros, enquanto as exportações italianas para Moçambique diminuíram (cerca de 57 milhões de euros, menos 25 por cento, face a 2021). 

A balança comercial, tradicionalmente desequilibrada a favor de Moçambique, atingiu um défice de 803 milhões de euros em 2022.

Itália tem cerca de 50 empresas a operar no país, principalmente activas nos sectores de hidrocarbonetos, construção e infraestrutura, turismo, logística e transporte e bens de consumo.

No ramo do desenvolvimento, a Itália tem investido significativamente em Moçambique, o primeiro país beneficiário da Cooperação Italiana: entre 1992 e 2014, foram doados 538 milhões de euros, além de dois cancelamentos de dívida em 1996 (154,3 milhões de euros) e em 2002 (557,3 milhões). 

Em 2022, as iniciativas de desenvolvimento e humanitárias promovidas pela Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento em Maputo ascenderam a cerca de 243 milhões de euros, incluindo donativos e empréstimos bonificados. Por ocasião da visita do Presidente da República Sergio Mattarella, em julho de 2022, foi assinado um Plano Indicativo Plurianual (PIP) 2022-2026 no valor total de 85 milhões de euros (dos quais 50 a crédito, para os primeiros três anos).

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