
Missão Do FMI Destaca Riscos Macroeconómicos E Recomenda Consolidação Fiscal Urgente Para Moçambique
- Missão do FMI esteve em Moçambique entre 21 e 29 de Agosto para discutir desafios macroeconómicos e necessidades de financiamento;
- Actividade económica mostra recuperação após forte desaceleração entre Outubro de 2024 e Março de 2025;
- Crescimento do PIB para 2025 projectado em 2,5%, impulsionado pela retoma do sector dos serviços;
- Inflação mantém-se controlada em 4%, abaixo da meta implícita de 5%;
- FMI recomenda consolidação fiscal antecipada e maior flexibilidade cambial para reduzir vulnerabilidades.
A equipa técnica do Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu, a 29 de Agosto, uma visita a Moçambique, durante a qual manteve discussões construtivas com as autoridades nacionais sobre os desafios macroeconómicos, o enquadramento da balança de pagamentos e as necessidades de financiamento do país. O organismo internacional apelou a medidas firmes para restaurar a estabilidade macroeconómica e criar espaço fiscal para apoiar o desenvolvimento e proteger os mais vulneráveis.
Liderada por Pablo Lopez Murphy, a missão do FMI reuniu-se com a Ministra das Finanças, Carla Loveira, o administrador do Banco de Moçambique, Jamal Omar, outros altos responsáveis, parceiros de desenvolvimento e representantes do sector privado.
Num comunicado emitido no final da missão, o FMI destacou que a actividade económica está a recuperar gradualmente, após a forte desaceleração registada entre Outubro de 2024 e Março de 2025. O organismo prevê que o PIB cresça 2,5% em 2025, com maior dinamismo na segunda metade do ano, sobretudo no sector dos serviços.
A inflação manteve-se controlada em 4% em Julho, abaixo da meta implícita de 5%, num contexto de condições financeiras restritivas. Desde Janeiro de 2024, o Banco de Moçambique reduziu a taxa directora em 700 pontos base, para 10,25%, e diminuiu os requisitos de reservas obrigatórias em moeda nacional de 39% para 29% no início de 2025, medidas que, segundo o FMI, ajudaram a apoiar a economia.
Apesar destes sinais positivos, a missão alertou para desequilíbrios persistentes. O défice da conta corrente atingiu 1,3 mil milhões USD no primeiro semestre de 2025, penalizado pela escassez de divisas e pelas pressões sobre as importações. Já o défice orçamental foi de 2,4% do PIB, ligeiramente abaixo dos 2,8% registados no mesmo período de 2024, mas com pressões adicionais devido ao crescimento das despesas públicas.
Face a este cenário, o FMI defende a necessidade de uma consolidação fiscal antecipada (“front-loaded”), de modo a restaurar a sustentabilidade da dívida, reduzir as necessidades de financiamento e colocar a dívida pública numa trajectória descendente. O organismo recomenda ainda maior flexibilidade cambial, como forma de aliviar pressões no mercado de divisas e corrigir os desequilíbrios externos.
Segundo Lopez Murphy, “há sinais de interesse crescente por parte de investidores estrangeiros em vários sectores, mas para desbloquear esse potencial é essencial corrigir os desequilíbrios macroeconómicos e sustentar a confiança dos investidores”.
O FMI agradeceu às autoridades moçambicanas a cooperação prestada e confirmou que as discussões irão prosseguir nos próximos meses, no âmbito das negociações sobre opções de apoio do Fundo a Moçambique.
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